quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Autismo & Realidade

iPad e Autismo – Fevereiro 2011
Dois aspectos estão frequentemente associados ao Autismo: prejuízo na
comunicação e fascínio por maquininhas.
Eis que surge uma maquininha que parece poder fazer a diferença no
desenvolvimento de crianças do espectro autista: o iPad.
Sim, a maquininha em si parece ter certa facilidade em atrair a atenção de
crianças do espectro. Além disso, a tecnologia "touch screen" facilita o manuseio por
crianças pequenas, o que antes não era conseguido pelo velho mouse.
No entanto, mais que a maquininha, os aplicativos que têm surgido são sem
duvida a grande promessa para os programas de intervenção dirigidos às crianças do
espectro.
O site Gadgets DNA publicou em 2010 os 10 melhores aplicativos de iPad para
Autismo:
• Proloquo2Go, um poderoso programa de comunicação alternativa para pessoas
com dificuldade de fala;
• Grace, um programa que permite a construção de frases por meio de figuras;
• iCommunicate, um programa com muitos recursos para personalizar quadros
de rotina, figuras para comunicação, etc;
• First Then Visual Schedule, um programa para confecção de quadros de rotinas
visuais;
• iConverse, um aplicativo que pode servir de base para o PECS;
• AutismExpress, um aplicativo para facilitar o reconhecimento e a expressão de
emoções;
• Stories2Learn, um programa que permite a construção de historias para o
treino de habilidades sociais;
• MyTalkMobile, aplicativo que facilita a comunicação;
• TapToTalk, um programa com jeito de game para melhorar a comunicação;
• iComm, aplicativo que facilita o desenvolvimento da capacidade de comunicação
verbal e escrita.
Fonte:
www.gadgetsdna.com/10-revolutionary-ipad-apps-to-help-autistic-children/5522/

sábado, 27 de agosto de 2011

Notícias recentes

Universidade do Porto jogo de computador de desenvolvimento para crianças autistas

As Notícias de Portugal

oporto universityResearchers da Universidade do Porto uniram-se com a Universidade do Texas em Austin, EUA, para desenvolver um jogo de computador destinado a ajudar crianças autistas aprendem expressões faciais e emoções para ajudá-los a se relacionar melhor com as pessoas ao seu redor.

O jogo - que foi fruto da imaginação de vários ex-alunos da Universidade do Porto - vai permitir que as crianças autistas a se familiarizar com expressões faciais e de reconhecer emoções como alegria e tristeza, assim, permitindo que a criança tem maior facilidade com as suas relações inter-pessoais.

"O projeto LIFEisGAME tenta mostrar como é possível aplicar um pioneiro, a abordagem de jogo sério para ensinar as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (ASD) de reconhecer emoções faciais, utilizando a síntese em tempo real e análise de expressão facial automático.

O autismo é uma disfunção que afeta a capacidade da vítima de se relacionar com os outros, deixando-os emocionalmente isolado daqueles ao seu redor.

Pressionando seus dedos na tela as crianças podem desenhar expressões, levantar as sobrancelhas e os olhos e, ao mesmo tempo assistir a face reagir. Há muitos personagens diferentes para escolher, incluindo os seres humanos, bonecas e animais. Full Story

domingo, 7 de agosto de 2011

Uma cura para o autismo

Uma cura para o autismo

Biólogo brasileiro testa remédio contra a doença, que pode ser consequência de um cérebro superativo

Gustavo Heidrich



   Divulgação
IMERSO EM PESQUISA: O biólogo Alysson Muotri em seu laboratório na Universidade da Califórnia, onde estuda drogas que podem reverter o problema
Crédito: divulgação
Saber mais sobre como os neurônios se comportam ao longo de nossa vida sempre fascinou o biólogo Alysson Muotri. Depois do doutorado em genética na USP e uma passagem por Harvard, Muotri passou 6 anos no Instituto Salk, na Califórnia, que já abrigou prêmios Nobel como o inglês Francis Crick, um dos descobridores da estrutura do DNA. Nesse período, se aprofundou em como neurônios surgem no cérebro adulto. Os estudos na área o levariam a uma explicação inédita e uma possível cura para o autismo — que atinge uma a cada 110 crianças norte-americanas. “Conseguimos abalar um dos grandes dogmas da neurociência, aquele de que doenças mentais não têm cura.”

A grande revelação científica de Muotri, já professor do Departamento de Pediatria e Medicina Celular e Molecular da Universidade da Califórnia, foi descobrir que, em cérebros autistas, novos neurônios se formam com mais facilidade devido a uma mutação genética. Em pessoas comuns, o surgimento desses neurônios na fase adulta é possível porque nosso cérebro possui células-tronco (capazes de se diferenciar em diversas estruturas de nosso corpo) adormecidas. Quando estimuladas , por exemplo por novas experiências e aprendizados, elas se transformam em neurônios. “Isso acontece graças à ativação de determinadas sequências de genes, chamadas de elementos transponíveis.”

Na maioria das pessoas, exercitar a mente, seja lendo um livro, jogando xadrez ou aprendendo a tocar um instrumento, desperta os tais elementos transponíveis. Porém, os autistas não precisariam de tanto exercício. Segundo a pesquisa de Muotri, eles já possuem esse sistema naturalmente mais ativo do que gente saudável. Em tese, isso seria bom, já que um cérebro dinâmico pode gerar habilidades extraordinárias, como uma supermemória ou destreza em cálculos matemáticos. Mas isso também multiplica a chance de mutações que tornam os neurônios autistas defeituosos. Por exemplo, são menores e têm menos capacidade de completar sinapses, as regiões de comunicação entre as células cerebrais.

O pesquisador e sua equipe retiraram células da pele de pacientes autistas e saudáveis, depois fizeram com que elas voltassem a ser células-tronco e as submeteram a um ambiente similar ao do cérebro, usando vitaminais e sais minerais. “Assim, conseguimos que essas células se comportassem como neurônios”, diz Muotri. Acompanhando sua evolução, o grupo observou o surgimento dos defeitos nos neurônios autistas. Com o tempo, eles se atrofiavam. O passo seguinte foi testar várias substâncias para reverter o problema. Duas delas — o hormônio Insulin Grow Factor 1 (IGF1) e o antibiótico Gentamicina — provaram ser eficazes. “Em tese, curamos o autismo, mas ainda há vários testes para que essas drogas possam chegar ao mercado.”

Em caráter experimental, uma equipe de médicos do Children´s Hospital, em Boston, nos EUA, já usa as substâncias em um grupo de 10 crianças autistas. No entanto, os efeitos colaterais ainda não são completamente conhecidos. “Pode haver perda de memórias e até de conhecimentos adquiridos por conta da reconfiguração cerebral provocada pelos medicamentos”, diz Muotri. Se essas barreiras forem ultrapassadas, os autistas não devem ser os únicos beneficiados. “No futuro, talvez possamos ampliar a inteligência e a criatividade ao acelerar o desenvolvimento de neurônios em um cérebro adulto.”


TESTE DE LABORATÓRIO | Os experimentos que revelaram uma das causas da síndrome. E como eliminá-la
Daniel das Neves
Crédito: Daniel das Neves