sábado, 28 de janeiro de 2012

Microsoft e autismo

Microsoft e autismo

O brasileiro ainda contou sobre a aproximação, há alguns meses, da Nasa e da Microsoft interessadas em contribuir com suas pesquisas sobre autismo. Com a Microsoft a parceria tem caminhado com interesse de ambas as partes. Nesse "namoro", estão discutindo atualmente como a empresa de tecnologia pode ajudar — um exemplo seria acelerar a análise visual dos neurônios.
Alysson Muotri no PopTech

"Fiz um curso de uma semana intensiva na National Geographic (NatGeo) e fui exposto ao pessoal da Casa Branca, políticos e pessoal da mídia (NPR, NY times, SciAmerican, RadioLab, etc). Conheci pessoas altamente influentes e que estão extremamente interessadas em fazer com que minha pesquisa avance de forma dramática", explicou Alysson que teve essa opotunidade por ter sido eleito em agosto para um seleto grupo de pesquisadores da iniciativa PopTech,em Maine, nos Estados Unidos. Apesar de não muito divulgada no Brasil, a PopTech tem uma presença marcante nos EUA ao promover encontros anuais com uma série de inovadores e líderes mundiais, incluindo políticos, artistas, cientistas e pessoas comuns que podem, com suas ações e boas intenções, plantar sementes de novas ideias e causar um impacto transformador no mundo — assista aos vídeo do evento (em inglês). Esses transformadores são pessoas que se dedicam integralmente à busca de uma sociedade mais justa e equilibrada. A instituição tem forte apoio de gigantes como Microsoft, National Geographic, Nike e Google. Um dos objetivos é transformar a forma como a ciência é feita, através de colaboracoes inusitadas. "Alem disso, eles despertam o interesse de areas que necessitam urgentemente de apoio, como o autismo", contou. Ate o ano passado o PopTech focava bem na parte social e agora estão entrando de cabeça na área biológica. "Acho que minha pesquisa foi atraente para eles pois une o impacto social (ajudar os pacientes) com o impacto biologico (entender o cerebro)", opinou o brasileiro. (leio a coluna de Alysson Muotri no G1, sobre o PopTech)

O curso na NatGeo foi um treinamento sobre como transmitir os resultados das pesquisas científicas para o público (linguagem, imagens, etc.) e como buscar colaborações mais efetivas, que acelerem o que já se tem. "Essa experiëncia me colocou em contato com grandes associações como Nasa e microsoft, que podem fornecer tecnologias para serem aplicadas na busca de novos medicamentos para o autismo", esclareceu Alysson, que citou o site http://poptech.org/accelerator, onde pode-se ver alguns exemplos desse tipo de "aceleradores" de inovação que eles ajudaram a fertilizar .

O CEO de pesquisa da Microsoft foi um dos convidados e também encontrou Alysson Muotri na NatGeo. Desse encontro surgiu a ideia de contribuir com a pesquisa em autismo. "Poderá haver uma colaboração entre meu grupo e Microsoft, por exemplo, na busca de novas metodologias para acelerar a descoberta de uma droga eficaz", explicou o neurocientista.

Os demais integrandes do grupo PopTech 2011 podem ser vistos neste link.
 

domingo, 15 de janeiro de 2012

É preciso seguir o blog

Vamos participar amigos, o prefeito de BH e de vários Estados precisam conhecer o autismo também!!
Não se veta um PL como esse e fica assim mesmo, sem resposta! A força do movimento precisa ser mostrada à esses prefeitos pois a causa é JUSTA!!!!
BASTA PARTICIPAR DO BLOG, MAS TEM QUE CLICAR E SEGUIR,VISITAR NÃO ADIANTA, É PRECISO SEGUIR, A AJUDA DE VCS É MUITO IMPORTANTE!
http://universoautismo.blogspot.com/

AOS QUE JÁ ESTÃO SEGUINDO  MUITO OBRIGADO!!

Tecnologia - Decifrando a sopa de letrinhas dos tablets

Por Murilo Queiroz

Na coluna anterior eu falei bastante do iPad e de como ele vem sendo usado por autistas, o que despertou bastante interesse e muitas perguntas. Hoje vou tentar esclarecer alguns pontos que vão ajudar a responder à mais frequente delas: “Qual tablet comprar?”.

Tablet

Primeiro precisamos definir o que é um tablet (palavra em inglês que significa “tabuleta” ou “prancheta” – e não “tablete”!). Um tablet é qualquer computador que seja composto apenas de uma tela do tamanho de um livro (ou maior) e que para ser usado não precise de teclado, mouse ou outros dispositivos de entrada tradicionais. Ao invés disso, é controlado por toques (dos dedos ou de uma pequena caneta) na tela.
É justamente não precisar de mouse, teclado ou inúmeros botões que torna os tablets tão intuitivos, e por isso muito interessantes, especialmente para autistas. Tocar diretamente as figuras ou arrastá-las com o dedo são tarefas extremamente simples, rapidamente assimiladas.
O tablet mais famoso do mundo é, sem dúvida, o iPad, fabricado pela Apple, mas existiram muitos antes dele (como o  Newton, produzido pela própria Apple em 1993 e considerado um fracasso!) e hoje há inúmeros modelos, de diferentes marcas e preços. Quase todos podem ser uma ferramenta interessante e divertida tanto para crianças com autismo quanto para o dia a dia de pais e cuidadores, e praticamente tudo que se fala sobre “iPad e Autismo” se aplica a esses outros tablets também.

O Sistema Operacional

Já sabemos que um tablet é um tipo de computador, e todo computador precisa de um sistema operacional (SO), que é o programa principal, responsável por controlar a execução de todos os outros. Ao ligar um computador ou tablet a primeira coisa com que se tem contato é o SO; é ele que dá “a cara” ao computador, e é através dele que realizamos todas as tarefas.
O sistema operacional mais usado e conhecido é o Windows, produzido pela Microsoft e presente na maioria dos computares de mesa e notebooks. Ele é tão comum que às vezes é confundido com o próprio computador, mas existem alternativas: os computadores produzidos pela Apple (chamados Macs), por exemplo, não rodam Windows, mas um sistema da própria Apple (o Mac OS X). Um outro sistema operacional conhecido é o Linux, que é totalmente gratuito por ser software livre (o que significa que qualquer pessoa tem acesso aos detalhes do seu funcionamento interno e é livre para fazer modificações e melhorias nele, algo que o torna extremamente interessante para profissionais da área, estudantes e curiosos).
Um ponto importante é que programas (como um editor de textos ou o navegador que usamos para acessar a Internet) são feitos para sistemas operacionais específicos. Um programa feito para Windows não vai funcionar em um computador da Apple, ou em um computador idêntico mas que esteja rodando o sistema operacional Linux. Dessa forma, o sistema usado por um computador ou tablet determina quais programas vão funcionar nele.

Modelos de Tablets e seus Sistemas Operacionais


tablets2-siteWindows (Microsoft)

Vimos que o Windows é um sistema operacional muito conhecido, e que programas para ele vão rodar em quaisquer computadores que o usem, mas será que existem tablets com Windows?
A resposta é sim! Antes da febre do iPad existiram muitos modelos assim, mas hoje são bem mais raros. Na prática eles são notebooks com tela de toque, e por isso compartilham as mesmas qualidades e defeitos dos notebooks.
Por rodarem Windows são compatíveis com praticamente todos os programas que já usamos nos computadores de mesa, o que é ótimo, mas também por isso acabam sendo raros os programas feitos especialmente para o uso com toque. Como o Windows não foi feito para tablets, muitas vezes usar aplicativos sem o teclado físico é algo desajeitado, e a própria interface sempre nos lembra que foi feita pensando em um mouse, e não nos dedos!
Além disso, por serem derivados de notebooks esses tablets costumam ser tão caros e tão pesados quanto um notebook, o que prejudica bastante a mobilidade (e autonomia, já que a bateria não dura muito). Dois modelos que chegaram a fazer sucesso foram o Dell XT2 e o HP Slate 500. O site http://www.openautismsoftware.org possui alguns programas gratuitos, voltados para o autismo, específicos para esses tablets.


iOS (Apple)

Como já mencionamos a Apple utiliza em seus computadores de mesa e notebooks um sistema próprio, o Mac OS X. Durante o desenvolvimento do iPhone esse sistema foi fortemente modificado e adaptado de maneira a funcionar bem em um telefone celular. O sucesso fenomenal do iPhone, que inaugurou a febre dos chamados smart phones (telefones celulares com acesso a Internet e capazes de executar um grande número de programas sofisticados) tornou essa versão, rebatizada de iOS, muito popular. É importante notar que o iOS ficou tão diferente do Mac OS X que programas para computadores  comuns da Apple não funcionam nele.
Além do iPhone, a Apple também produz o iPod Touch, que nada mais é que um “iPhone sem o celular”, o que faz bastante sentido, já que muita gente usa o iPhone não para fazer ligações mas para jogar, acessar a internet, assistir a vídeos e ouvir música. O iPod Touch roda o mesmo sistema do iPhone, e como já vimos, isso faz com que todos os programas para iPhone funcionem no iPod Touch e vice-versa.
O iPad, por sua vez, nada mais é que um “iPod Touch grande”. A tela bem maior trouxe diversas novas oportunidades, é claro: é muito mais confortável ler uma revista digital no iPad que no iPhone ou iPod, mas fora a tela grande, o funcionamento é exatamente o mesmo.
O importante a notar aqui é que a maioria dos programas voltados para autismo funciona tanto no iPad quanto no iPod Touch, que é menor e muito mais barato, porque todos eles são para o iOS!

Android (Google)

Da mesma forma que a Apple usou um sistema operacional de computadores de mesa para criar um exclusivo para tablets, o gigante da Internet Google também se baseou num sistema já existente. Como o Google não possui um sistema operacional próprio (como a Microsoft e a Apple) ele preferiu adotar o Linux, livre e que pode ser modificado à vontade.
Assim como ocorreu com o iOS o sistema para tablets criado pelo Google ficou tão diferente do Linux original que recebeu um novo nome: Android. Assim como o Linux o Android também é software livre, e pode ser distribuído e modificado. Isso causou um efeito interessante: diversos fabricantes, partindo dos líderes de mercado como Samsung e Motorola e indo até pequenas marcas chinesas praticamente desconhecidas passaram a produzir smartphones e tablets Android. Recentemente a Amazon lançou um tablet Android também, o novo Kindle Fire, bem diferente e voltado aos livros e outros serviços (como a venda de livros digitais, os ebooks) da Amazon.
Por causa disso há uma enorme variedade de dispositivos Android, que variam de celulares baratinhos até tablets tão ou mais sofisticados e caros que o próprio iPad. Seguindo a regra que já mencionamos, os programas feitos para Android vão funcionar na maioria dos dispositivos que usam esse sistema. O problema é que a variedade de equipamentos é tão grande que os dispositivos acabam ficando muito diferentes entre si, com relação a velocidade, memória, tamanho da tela e outros recursos. Além disso, há várias versões diferentes do Android: as mais comuns são a 2.2 e 2.3, usadas em celulares e em tablets baratos, e a 3.0 e 3.1, específicas para tablets.
Na prática, devido a essa variedade (chamada também de fragmentação e que muitos consideram a maior fraqueza do Android), nem todos os programas vão funcionar, qualquer que seja seu dispositivo. É claro que um tablet grande e caro, como por exemplo o Samsung Galaxy Tab 10”, Motorola Xoom ou Acer Iconia tem mais chances de ser capaz de rodar tudo. E a quantidade total de programas para Android, apesar de vir crescendo muito, ainda é bem menor que a de programas para iOS.
Ao mesmo tempo, tablets baratos como o Coby Kyros (que pode ser encontrado por menos de R$ 300, cinco vezes menos que um tablet topo de linha) são capazes de rodar uma grande quantidade de programas, inclusive a maioria dos voltados ao público infantil (ou autista). Não ficam tão rápidos (ou, às vezes, tão bonitos), mas funcionam.

E afinal, qual tablet comprar?

Como vocês podem imaginar, essa é uma decisão difícil; com certeza há razões para discordar de qualquer sugestão que eu possa dar! Ainda assim, arrisco-me a dar umas dicas, e receberei com prazer sugestões e críticas na seção de comentários.
O tablet ideal para você depende, basicamente, do seu perfil:
  • Se seu orçamento é mais generoso vale a pena investir num tablet sofisticado, e aí a decisão fica entre o iPad e um tablet Android topo de linha, como o Samsung Galaxy Tab de 10 polegadas. Escolha o iPad se tecnologia não é sua praia, já que o Android pode ser um pouco menos amigável, especialmente no início.
  • Na faixa de preço mediana você pode escolher entre um iPod Touch, que é do tamanho de um celular, ou Samsung Galaxy Tab (de 7”). Se você fizer questão de uma tela maior mas não pode pagar muito, a alternativa é o Coby Kyros de 10”.
  • Se a idéia é gastar o mínimo, compre um tablet Android de entrada. Tenha em mente que ele naturalmente é mais limitado que um iPad ou Android 3.0 (não dá para comparar um carro 1.0 com um sedã de luxo!), mas ainda assim é prático e vai rodar a maioria dos aplicativos que nos interessam. Nessa vale a pena procurar o Coby Kyros de 7”. Uma outra possibilidade é o Kindle Fire, da Amazon, mas é importante lembrar que ele é bem diferente, sendo provavelmente ainda mais incompatível com a maioria dos programas já existentes.


Murilo Saraiva de Queiroz, 34 anos, é cientista da computação, mestre em engenharia eletrônica, e trabalha com o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias na Igenesis. Ele mora em Belo Horizonte (MG) com sua esposa Cyntia, psicóloga, e seu filho, Max, de quatro anos, que tem autismo clássico. Seu blog é muriloq.com/blog e e-mail muriloq@gmail.com