sábado, 5 de maio de 2012

Ser mãe

Ser mãe - tirado do perfil da Marina Almeida (lindo!) Ser mãe Ser mãe de uma criança com necessidades especiais faz com que o papel de mãe tome um rumo e uma dimensão jamais antecipada. As mães se tornam coordenadoras pedagógicas, enfermeiras, terapistas e militantes de uma causa. As mães aprendem jargões técnicos, procedimentos médicos e técnicas educacionais específicas. Enquanto enfrentamos exaustão e frustrações, nos tornamos mais fortes e mais maduras. Nós cuidamos dos nossos filhos com necessidades tão específicas sem um pré-treinamento formal e com um reconhecimento e suporte limitado da comunidade em que vivemos. As mães que seguem com seus trabalhos por necessidade financeira sentem-se constantemente em falta, e as mães que conseguem ter a opção de ficar em casa e dedicarem-se aos filhos encaram outros desafios, como isolamento e falta de tempo até mesmo para cuidar da própria saúde. Como resultado de tamanha dedicação que a situação requer, hobbies, ginástica, amizades e outros interesses diminuem radicalmente e em muitos casos até desaparecem. Nós, mães sempre sentimos que deveríamos estar fazendo mais - pesquisar uma nova terapia ou medicação, fazer um telefonema que possa ajudar, militando por um programa especial ou reconhecimento da causa. Somente juntar toda a papelada e relatórios que acompanham nossos filhos já é uma montanha de trabalho. Para as que temos mais de um filho, achar um balanço entre as necessidades urgentes e o que é importante para cada criança na maioria das vezes parece uma tarefa impossível. A maioria de nós acabamos o dia tão exaustas e exauridas de energia que até dormir fica difícil, com esse quadro manter o casamento estável e nutrido é muito difícil e requer muita paciência e amizade de ambas as partes. Administrar tanto estresse e múltiplos papéis pode acabar por fragilizar a saúde da mãe e tirar o senso de bem-estar. Porém é essencial cuidar da sua saúde física e mental para poder cuidar do seu filho com necessidades especiais pelos anos à frente. Seu filho pode ser o que há de mais importante na sua vida, mas não pode ser o único de importante. Quando as necessidades das crianças são demais, é fácil acabar numa posição de esgotamento. A maioria das mães, de qualquer forma, encontram em elas mesmas uma força interior que elas jamais imaginariam que existia. Enquanto pais e outros membros da família também fazem sacrifícios, as pesquisas mostram que são as mães quem suportam o peso de cuidar e criar as crianças com necessidades especiais. Para muitas mães, especialmente aquelas que tem filhos com necessidades especiais, nossa realidade não combina com que a sociedade nos ensinou quando éramos jovens ou crianças. Se você cresceu nos anos 70 ou 80 provavelmente tinha a impressão que você poderia ter tudo: carreira, tempo com qualidade com a família, companheirismo e igualdade com o marido, uma casa em ordem e bem administrada e ainda ter tempo para ir atrás de suas paixões. Porém, às vezes, nós passamos a vida de uma crise a outra e parece nem haver tempo para considerar seus objetivos pessoais porque já é difícil só levar o dia-a-dia. De acordo com pesquisas, as mães mais felizes são as que conseguem acomodar suas expectativas com o que a vida nos traz, ou seja, as que são capazes de criar novos objetivos se a vida mostra que os anteriores são inatingíveis. Esta flexibilidade é o componente chave para resiliência (a habilidade de levantar e reconstruir). Se você tem resiliência, você será capaz de enfrentar os desafios, as frustrações e as perdas sabendo que os tempos difíceis vão passar encontrando um caminho para crescer com as adversidades da vida. Segundo o pesquisador e psicólogo Dr Christopher Peterson da University of Michigan, você tem que distinguir entre a vida que é cheia de prazeres e a que é cheia de sentido. Dr. Martin Seligman, um pioneiro na psicologia positiva e autor do livro "Authentic Happiness: Using the New Positive Psychology to Realize Your Potential for Lasting Fulfillment" existem três níveis de felicidade: 1. A vida de prazeres: este é o que a maioria das pessoas pensam como "felicidade"que na verdade é um subproduto da mídia, a vida deve ser repleta de emoções positivas. 2. A vida ocupada: as pessoas que se colocam em posições ocupadas usam suas habilidades para serem os melhores no que fazem. Geralmente seus interesses tomam quase todo o tempo de suas vidas e esses interesses são buscados com paixão. 3. A vida com sentido: Neste nível mais alto de felicidade, as pessoas que são dedicadas usam os seus interesses e talentos para um bem maior, o de ajudar o próximo e a comunidade. Elas buscam o que elas amam, enquanto fazem parte de algo maior que elas mesmas. Por isso se você deixou seus objetivos de vida para trás, retome-os ou pense em outros que a realidade lhe trouxe à tona, mas tenha objetivos para você mesma! Bibliografia de apoio: Amy Baskin e Heather Fawcett - More than Mom - Living a full and balanced life when your child has special needs. Enfrentando o Autismo