segunda-feira, 12 de junho de 2023
Veja 4 últimos avanços das pesquisas sobre autismo
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento com que uma em cada 100 crianças é diagnosticada, segundo a Organização Mundial da Saúde. As características desta condição podem ser detectadas nos primeiros anos de vida, mas muitas vezes este transtorno é diagnosticado mais tarde. Por isso e para entender melhor como tratar melhor os sintomas do autismo, pesquisadores têm continuamente estudado a condição e feito novas descobertas.
Crescimento anormal de estrutura cerebral em bebês pode estar relacionado ao autismo
Já se sabia que a amígdala é significativamente maior em crianças em idade escolar diagnosticadas com autismo. Mas, agora, pela primeira vez, pesquisadores da Rede Infantil Brain Imaging Study (IBIS), que inclui a Universidade de Washington, usaram imagens de ressonância magnética (RM) para demonstrar que a amígdala cresce muito rapidamente em bebês que têm autismo.
O crescimento excessivo começa entre 6 e 12 meses de idade, antes que as características do autismo surjam completamente. Isto sugere que a condição poderia ser diagnosticada mais precocemente. Segundo a pesquisa publicada no American Journal of Psychiatry, o aumento do crescimento da amígdala em bebês que mais tarde foram diagnosticados com autismo difere significativamente dos padrões de crescimento do cérebro de bebês com outro transtorno do neurodesenvolvimento.
“Também descobrimos que a taxa de supercrescimento da amígdala no primeiro ano está ligada aos déficits sociais da criança aos dois anos de idade”, disse o autor do estudo, Mark Shen, professor assistente de psiquiatria e neurociência da Universidade da Carolina do Norte Chapel Hill.
Ocitocina intranasal e interação social positiva melhoram os sintomas no autismo
Um recente estudo publicado no medRxiv.org afirma que a nova ocitocina intranasal em dose reduzida, seguida por um período de interação social positiva, melhorou os sintomas em crianças pequenas com transtorno do espectro do autismo.
Este é o primeiro estudo controlado por placebo a demonstrar mudanças na pontuação do Autism Diagnostic Observation Schedule–2 (ADOS-2) com ocitocina intranasal. Os pesquisadores afirmam que foi um estudo piloto duplo-cego, randomizado e cruzado com 41 crianças com TEA com idades entre 3 e 8 anos.
Com isso, os participantes receberam placebo intranasal durante um período de duas semanas. Depois disso, foram aleatoriamente designados em uma proporção de 1:1 para receber um tratamento de seis semanas de ocitocina intranasal ou placebo intranasal a cada duas manhãs, seguido por uma interação social positiva em sessão de 30 minutos.
No acompanhamento de seis meses, a pontuação Escala de Responsabilidade Social, Segunda Edição (SRS-2) permaneceu significativamente melhor no grupo de ocitocina intranasal em comparação com os pacientes que receberam placebo.
Marcadores na saliva são relacionados a distúrbios intestinais em crianças com autismo
Um grupo de pesquisadores identificou marcadores na saliva que expressam diferenças em crianças com autismo que apresentam distúrbios gastrointestinais. O estudo foi publicado na Frontiers in Psychiatry e afirma que essa descoberta marca o início de uma compreensão das diferenças biológicas que separam crianças com TEA com e sem distúrbios gastrointestinais.
Certos distúrbios, como a constipação, são comuns em crianças com autismo. Por isso, o estudo avaliou 898 crianças com idades entre 18 e 73 meses, nos Estados Unidos. Ao todo, 503 tinham TEA. Deste grupo de crianças com autismo, 184 tinham distúrbios gastrointestinais, como constipação, refluxo, diarreia crônica ou dor abdominal, e intolerância alimentar.
Assim sendo, os pesquisadores usaram um cotonete para obter uma amostra da saliva dos pacientes em jejum. A análise identificou 12 microRNAs que apresentaram relações com distúrbios gastrointestinais, comportamento e uso de medicamentos gastrointestinais. O estudo é a "primeira exploração" de possíveis alvos específicos para o tratamento de distúrbios gastrointestinais no autismo, disse o pesquisador David Q. Beversdorf, MD, professor de radiologia, neurologia e psicologia, Departamento de Ciências Psicológicas da Universidade de Missouri, Columbia, ao Medscape.
Agora, o grupo de pesquisadores planeja estudar se os biomarcadores de RNA determinam quais pacientes respondem a diferentes tratamentos direcionados à constipação.
Novo algoritmo poderia detectar autismo em “impressões digitais” do cérebro
Pesquisadores de Stanford desenvolveram um algoritmo que pode ajudar a discernir se alguém tem autismo ao analisar exames cerebrais. Segundo o estudo publicado no Journal of Psychiatric Neuroscience and Therapeutics, o novo algoritmo, impulsionado pelos por inteligência artificial (IA), também prevê a gravidade dos sintomas do autismo em pacientes de forma individual.
De acordo com os pesquisadores, o algoritmo analisa os dados coletados por meio de exames de ressonância magnética funcional. Assim, essas varreduras capturam padrões de atividade neural em todo o cérebro. Ao mapear essa atividade ao longo do tempo nas muitas regiões do cérebro, o algoritmo gera “impressões digitais” da atividade neural. Embora únicas para cada indivíduo, assim como as impressões digitais reais, as impressões digitais cerebrais compartilham características semelhantes, permitindo que sejam classificadas.
O algoritmo selecionou um grupo de pacientes que médicos humanos haviam diagnosticado com autismo e atingiu 82% de precisão.
Dessa forma e com maior aprimoramento, este algoritmo poderia levar a diagnósticos mais precoces, terapias mais direcionadas e maior compreensão das origens do autismo no cérebro.
Gostou de saber sobre as últimas pesquisas sobre autismo? Leia outros conteúdos sobre novidades na medicina em nosso blog.
Autismo: Entendendo, Apoiando e Celebrando a Diversidade
Introdução:
O autismo é um transtorno neurobiológico complexo que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Neste artigo, exploraremos o autismo de forma abrangente, abordando suas características, diagnóstico, tratamento e apoio, além de destacar a importância de celebrar a diversidade neurodiversa. Acompanhe-nos nesta jornada para compreender melhor o autismo e aprender a apoiar as pessoas que vivem com ele.
Autismo: O que é e quais são suas características?
O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico, influenciando a forma como uma pessoa se comunica e interage com o mundo ao seu redor. As características do autismo variam de pessoa para pessoa, mas alguns dos sinais mais comuns incluem dificuldades na comunicação verbal e não verbal, padrões repetitivos de comportamento, interesses restritos e sensibilidades sensoriais.
Diagnóstico e Importância da Identificação Precoce:
O diagnóstico precoce do autismo é fundamental para que as intervenções adequadas possam ser iniciadas o mais cedo possível. Profissionais da saúde especializados podem realizar uma avaliação completa do desenvolvimento da criança, observando atentamente suas habilidades de comunicação, interação social e comportamentos repetitivos. Quanto mais cedo o diagnóstico é feito, mais cedo a criança e sua família podem acessar serviços de apoio e desenvolvimento.
Tratamentos e Abordagens Terapêuticas:
Atualmente, não existe uma cura para o autismo, mas existem várias abordagens terapêuticas que podem ajudar a pessoa a desenvolver habilidades sociais, comunicativas e comportamentais. Alguns dos tratamentos mais comuns incluem terapia comportamental, terapia ocupacional, terapia da fala e intervenção educacional. É importante lembrar que cada indivíduo é único e pode responder de maneira diferente a diferentes abordagens, portanto, um plano de tratamento personalizado é essencial.
Apoio e Inclusão:
Apoiar e incluir pessoas com autismo é fundamental para que elas possam viver uma vida plena e participar ativamente da sociedade. É importante criar ambientes acessíveis e acolhedores, promover a conscientização sobre o autismo e oferecer oportunidades educacionais e profissionais inclusivas. Além disso, a sociedade como um todo pode ajudar a combater o estigma e preconceito, valorizando a diversidade e reconhecendo as habilidades únicas das pessoas no espectro autista.
Celebrando a Neurodiversidade:
Em vez de ver o autismo como uma condição a ser corrigida, é essencial celebrar a neurodiversidade e reconhecer a contribuição valiosa que as pessoas no espectro autista trazem para o mundo. Muitas pessoas com autismo têm habilidades excepcionais em áreas como matemática, música, artes visuais e programação de computadores. Promover uma cultura inclusiva e aceitadora é fundamental para permitir que esses talentos floresçam.
Conclusão:
O autismo é um transtorno complexo que afeta indivíduos de maneiras únicas. Ao entendermos melhor o autismo e ao oferecermos apoio e inclusão, podemos ajudar as pessoas no espectro a alcançar seu pleno potencial. Vamos celebrar a diversidade neurodiversa e criar uma sociedade mais inclusiva, onde todos possam prosperar.
Todo comentário é bem vindo! Nossa intenção é passar experiências e trajetória vividas com nosso filho autista! Qualquer dúvida estamos a disposição para poder ajudar!
Renata e Alexandre
sábado, 2 de julho de 2022
CANNABIS MEDICINAL
SAIBA MAIS COM ESTAS DUAS FERAS NO ASSUNTO:
@explicannabis Stefanie Souza
@visionabico Francisco Valentim
Quando o paciente chega informado...
quinta-feira, 19 de maio de 2022
terça-feira, 17 de maio de 2022
Autismo e Epilepsia
Crianças com TEA têm maior chance de evoluírem com epilepsia (em torno de 11,2%), e crianças com epilepsia também apresentam maior risco de serem diagnosticadas com TEA em algum momento da vida (aproximadamente 8,1%). Essa relação não é casual e não é completamente compreendida pela ciência. Infelizmente, não conseguimos prever quais crianças com TEA desenvolverão crises epilépticas, de modo que é fundamental que os pais tenham conhecimento sobre o assunto.
O que é epilepsia?
Os neurônios cerebrais comunicam-se entre si através de informações elétricas ou químicas. Quando, em um determinado ponto do cérebro, um grupo de neurônios passa a gerar descargas elétricas de modo excessivo e síncrono, estas células podem dar origem a uma crise epiléptica “focal”. Quando grupos muito extensos de neurônios de ambos os hemisférios cerebrais passam a gerar descargas elétricas excessivas e simultaneamente, pode haver o surgimento de crises epilépticas que chamamos de “generalizadas”.
Sabidamente, existem diversos tipos de crises epilépticas, algumas muito evidentes, com manifestações motoras exuberantes, e outras mais discretas, que podem até passar desapercebidas.
Em quais idades a epilepsia pode acontecer?
Nas crianças com TEA, existem dois momentos em que o risco de apresentar uma primeira crise epiléptica é maior: no primeiro ano de vida e na puberdade (acima dos 10 anos). Mas isso está longe ser uma regra. Crises epilépticas em pessoas com autismo podem ocorrer na infância, adolescência, juventude ou mesmo na fase adulta da vida.
Um fator que pode dificultar a identificação de crises epilépticas em crianças autistas é a dificuldade na coleta de informações diretas com o paciente. Há crises que não apresentam movimentos corporais significativos e, nesses casos, a descrição dos sintomas por parte do paciente é muito importante para o diagnóstico.
Por exemplo: existem crises epilépticas que se manifestam exclusivamente por alterações visuais, por alterações auditivas ou mesmo pela sensação de formigamento em determinada parte do corpo. Desse modo, caso o paciente não seja capaz de relatar precisamente o que está sentindo, o diagnóstico ficaria muito comprometido.
Quais os pacientes que possuem mais chances de ter uma crise?
As crianças com TEA e deficiência intelectual, com determinadas síndromes genéticas, doenças metabólicas ou complicações no período perinatal, possuem ainda mais risco do que aquelas sem essas associações.
A epilepsia causa o TEA?
Está é uma pergunta que ainda não possui uma resposta satisfatória pela neurociência.
Existem síndromes epilépticas que, quando muito graves e/ou não tratadas adequadamente, poderiam contribuir para uma piora ou desenvolvimento do TEA. Dentre essas estão algumas síndromes epilépticas muito graves (encefalopatias epilépticas), como a síndrome de West, síndrome de Dravet (epilepsia mioclônica severa de infância), síndrome de Landau-Kleffner, síndrome de Doose, síndrome de Ohtahara e Lennox-Gastaut.
Ainda não sabemos se essa associação ocorre porque as crises, em si, causaram lesão neurológica e secundariamente o TEA ou se a causa das crises (genética/ metabólica) também causa o TEA.
De qualquer forma, as crises devem ser tratadas adequadamente, por conta do próprio risco da epilepsia e pelo fato de que alguns estudos mostram melhora do comportamento social e verbal em crianças com melhor controle de crise.
O que as alterações no eletroencefalograma (EEG) significam?
As alterações no EEG podem acontecer em até 60% dos pacientes com TEA, mesmo na ausência de crise epiléptica, mas ainda não existem muitos estudos que mostrem que o tratamento com antiepilépticos seja benéfico na ausência de epilepsia. Desse modo, em linhas gerais, somente iniciamos tratamento medicamentoso com fármacos antiepilépticos se o paciente realmente apresentar uma ou mais crises epilépticas.
Existem outras doenças neuropsiquiátricas que devem ser investigadas?
Sim! Crianças com TEA e epilepsia também têm risco de desenvolver outras doenças como a deficiência intelectual, já citada, além do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), do transtorno de ansiedade e distúrbios de sono.
Assim, todas essas crianças devem ser ativamente investigadas, incluindo avaliação do desempenho escolar e devidamente tratadas (incluindo terapias e/ou medicamentos).
fonte:https://www.institutopriorit.com.br
sábado, 14 de maio de 2022
O Preconceito e a Força Terapêutica da Cannabis.
O Preconceito e a Força Terapêutica da Cannabis.
domingo, 30 de janeiro de 2022
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
Cientistas reativam células cerebrais de autistas
Cientistas reativam células cerebrais de autistas
Uma descoberta de cientistas brasileiros pode revolucionar o tratamento do autismo. Eles conseguiram em laboratório reativar neurônios de pacientes que têm o transtorno.
https://tvuol.uol.com.br/video/cientistas-reativam-celulas-cerebrais-de-autistas-04024D183868CC996326/
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Estudos sugerem que o autismo pode ser reversível
Estudos sugerem que o autismo pode ser reversível
Se
o diagnóstico do autismo ainda é um caminho desconhecido, a cura dos
sintomas é uma grande incógnita. Mas um estudo divulgado no Journal of Autism and Developmental Disorders,
uma publicação mensal destinada a promover o entendimento das causas e
tratamentos do autismo, sugere que a síndrome pode regredir muito, a
ponto da criança deixar de apresentar características típicas do
espectro.
Para
comprovar a possibilidade de regressão do Transtorno do Espectro do
Autismo (TEA), os pesquisadores formaram três grupos com meninos e
meninas de 8 a 18 anos de idade. Em um grupo reuniram 23 crianças e
adolescentes sem nenhum diagnóstico da síndrome, o chamado “grupo
típico”; noutro, estavam 27 diagnosticadas com autismo; e num terceiro
grupo 22 crianças e adolescentes com uma condição que eles chamaram de
“resultado ideal” — elas foram diagnosticadas com autismo antes dos 5
anos de idade, mas não apresentam mais nenhum sintoma do TEA.
A
partir daí foi feito um teste de diagnóstico padrão, que envolveu a
análise do comportamento das crianças para identificar as
características do espectro. Assim, atitudes simples, como contar
histórias e escovar os dentes, foram assistidas por estudantes
universitários que desconheciam o diagnóstico de cada criança e não
tinham conhecimento para distinguir características típicas do autismo. O
que eles tinham que fazer era usar uma escala para classificar o quanto
cada criança parecia agradável, consciente, extrovertida, neurótica e
aberta à experiência.
Tanto
nesse, quanto em outros testes realizados, a pontuação do grupo
“resultado ideal” foi semelhante à do “grupo típico”. Um resultado que
surpreendeu os pesquisadores foi que as crianças que não apresentavam
mais as características do autismo foram classificadas como mais
falantes e assertivas e menos reservadas do que as outras do grupo
típico.
Esse
segundo resultado conduziu a um outro, também intrigante: as crianças
do grupo “resultado ideal” demonstraram características típicas do
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), como ter
mais facilidade para se distrair durante uma conversa ou se comportar de
forma mais animada quando falam de determinados assuntos. Essa
constatação vai de encontro a estudos que sugerem que crianças que
superam o autismo podem desenvolver comportamentos típicos do TDAH.
Não
é a primeira vez que essa notícia animadora surge, mas é preciso ter
cautela. “Os primeiros artigos mostrando que uma pequena porcentagem de
autistas que conseguiram sair do espectro foram duramente criticados
pela falta de controle ou por um possível erro no diagnóstico inicial.
Em 2013 alguns trabalhos revisitaram essa questão, corrigindo os
problemas iniciais. Eles apontaram que 1–5% dos autistas realmente
conseguem sair do espectro. Agora foi publicado mais um trabalho
confirmando essas observações: o autismo é reversível. A grande questão
é: por que isso acontece com uns e não com outros?”, questiona o biólogo
da equipe técnica da Tismoo, Dr. Alysson Muotri.
Não
há uma explicação científica. Os próprios pesquisadores sugerem que
“estudos que acompanham as crianças autistas desde o diagnóstico podem
ajudar a confirmar ou refutar as novas descobertas”. Para o Dr. Muotri,
essa seria uma importante revelação. “Terapias realmente ajudam muito,
mas não nos ajudam a explicar o fenômeno. Nós trabalhamos com a hipótese
de uma causa neuro-genética que predispõe alguns autistas a superar a
própria condição. Entender isso nos permitiria ajudar aqueles menos
favorecidos”, finaliza.
Fonte: https://medium.com/tismoo-biotecnologia/estudos-sugerem-que-o-autismo-pode-ser-revers%C3%ADvel-7afd9f2853e1#.ewolqz6a8
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