quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Governo de Minas propõe políticas públicas voltadas para o atendimento ao autista

Governo de Minas propõe políticas públicas voltadas para o atendimento ao autista

Créditos: Henrique Chendes
Governo de Minas propõe políticas públicas voltadas para o atendimento ao autista
Postagens no Facebook aproximaram o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, de familiares e amigos de pessoas com portadoras de Autismo. Trata-se de uma alteração que afeta a capacidade de comunicação, de socialização e de comportamento do indivíduo.
Nesse encontro, realizado na Cidade Administrativa de Minas Gerais, onde vieram a convite do secretário, as lideranças deram o primeiro passo no sentido de se criar uma política pública, voltada para a qualificação do distúrbio, tratamento e formas de atendimento.
Entre as propostas apresentadas pelo secretário, o destaque é a preparação da Rede de Atenção à Saúde para receber e os autistas. “Vamos criar, também, um convênio de apoio técnico financeiro para a contratação de especialistas”, adiantou o secretário. Antônio Jorge propôs, ainda, a criação de um Curso de Gestão Clínica em Autismo, voltado para a capacitação de professores e trabalhadores da Saúde. “O curso, que será transmitido pelo Canal Minas Saúde para todas as unidades de Saúde no Estado, terá como proposta a capacitar todos os profissionais, com o consequente alinhamento conceitual sobre a doença”, finalizou.
O representante do Instituto Superação, que reúne pais e pessoas ligadas a pacientes autistas, Maurício Moreira, garantiu que as maiores dificuldades estão no tratamento da doença. “Trabalhamos atualmente com 200 famílias na capital e 250 em Governador Valadares. Participamos de várias audiências públicas para a mudança da forma de atendimento, pois os autistas são capazes; só precisam ser tratados adequadamente. Queremos dar a oportunidade de interação dessas pessoas com a sociedade, possibilitando o desenvolvimento de habilidades para inseri-los no mercado de trabalho”, explicou.
O coordenador do Laboratório de Musicoterapia da Escola de Música da UFMG, Renato Sampaio, fez uma avaliação positiva da reunião. “O resultado da reunião superou a expectativa dos participantes. Ficamos surpresos com as propostas apresentadas pelo Secretário. A criação de políticas públicas para o autismo representa uma conquista para os portadores da doença e esperança para a resolução dos problemas enfrentados por eles. A amplitude do que foi apresentado foi além do que o grupo esperava”, finalizou emocionado.
Ceila Reis, de Poços de Caldas, mãe de adolescentes autistas, acredita que o maior problema ainda é o diagnóstico tardio da doença. “Tenho dois filhos adolescentes e convivo com as dificuldades de inserção social dos meus filhos, devido ao diagnóstico tardio. É preciso identificar a doença no início da infância. A criança responde melhor ao tratamento e, consequentemente, desenvolverá com mais facilidade a sua funcionalidade”, enfatizou.
Uma nova reunião, com todos os representantes foi agendada para o próximo mês. O objetivo é dar continuidade às discussões sobre o assunto e analisar o andamento das propostas definidas.
Participaram, também, da reunião, Marcílio Dias Magalhães, superintendente de Redes de Atenção à Saúde SES/MG; Mônica Farina, coordenadora da Coordenação de Apoio à Pessoa com Deficiência (Casped); Marta Lopes, Assessora de Gabinete; Denise Martins Ferreira, representante do Instituto Superação, e Juliana Chiari, diretora da Coordenadoria Especial de Apoio e Assistência à Pessoa com Deficiência (Caad), da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese).


Agência Minas, acesse aqui as notícias do Governo de Minas. Acompanhe também no http://www.youtube.com/agenciaminasgerais

Autor: Miria César

Tudo sobre o Livro Brincanto

Agradeço ao Argemiro e Mariene por compartilhar esta linda obra no blog!

 

Sobre os autores

Argemiro e Mariene.Nos conhecemos em São Paulo, os dois ainda estudantes, e casamos em 1980. Os filhos chegaram e Gabriela, Leonardo, Pedro e Gabriel deram forma à nossa família. Com as mudanças da vida, viemos morar em Salvador em 1995 e ficamos por aqui.
Eu sou baiana sertaneja, nascida em Central. Formei-me em jornalismo pela FIAM, em São Paulo e depois, de volta à Bahia, completei a especialização em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana, quando estudei a passagem da Coluna Prestes pela minha região. Por causa de Gabriel, nosso caçula, dediquei-me a estudar o autismo e especializei- me também em Psicopedagogia, pela FACCEBA.
O Argemiro nasceu em São Paulo. Geólogo pela USP, trabalha com petróleo há 25 anos. É um dos moderadores da Comunidade Virtual Autismo no Brasil e mantém o blog Crônica Autista. Juntos, já publicamos diversos artigos científicos apresentados em congressos, que foram a base deste trabalho.
Em Brincanto – autismo tamanho família, detalhamos nossa abordagem para lidar com Gabriel, de forma que se tornasse uma pessoa feliz, autônoma e independente. A nossa vivência mostra que é uma forma eficiente para atender às necessidades de uma pessoa autista, principalmente por respeitar as características individuais; já foi aplicada com sucesso por equipes multiprofissionais em outras pessoas.
Esperamos que esta obra ajude profissionais em seu trabalho e possibilite outras famílias a trilhar seu próprio caminho, construindo- o em cima de esperança e da crença de que o futuro se faz com as próprias mãos.

Mariene Martins Maciel

brincanto@brincanto.com.br

 Para adquirir esta linda obra clik aqui

http://www.brincanto.com.br/index.htm


 BRINCANTO
autismo tamanho família

Apresentação

Este livro apresenta uma abordagem que brotou da nossa experiência como família de um garoto autista. Desenvolvida de forma empírica, utilizando ludicidade e músicas, suas práticas têm sido transmitidas para centenas de familiares e profissionais em congressos, seminários e palestras e, principalmente, através da Comunidade Virtual Autismo no Brasil, fundada em dezembro de 1998 por Priscilla Siomara Guimarães, que reúne, nas redes sociais, milhares de participantes. Encontrou respaldo teórico em autores como Winnicott, Vygotsky, Montessori, Paulo Freire e em outras técnicas difundidas pelo mundo. Assemelha-se a métodos já consagrados, como Son Rise e Floortime, mas tem especificidades que a diferenciam. Foi batizada de Brincanto por três motivos:
  1. utilizar como matriz da aprendizagem o prazer proporcionado pelo brincar e pela música;
  2. frisar que é preciso construir um lugar, um cantinho para o lúdico;
  3. e lembrar que “brincar é possível”.
Gabriel, com cinco anos, debulha feijão na casa da avó, em Central, sentado no colo da mãe. Tomando como ponto de partida a observação do comportamento e dos interesses da pessoa autista e a aplicação nos ambientes onde a pessoa vive e frequenta, como sua residência, escola (regular ou especializada) e, mesmo, a clínica, sempre buscando a interação com os parceiros sociais, caracteriza-se por um processo de avaliação próprio, procurando comparar o educando com ele mesmo, de modo a registrar sua evolução ao longo do tempo. Na vivência com nosso caçula Gabriel – e os outros três filhos, Gabriela, Leonardo e Pedro – nos deparamos com vários desafios. Muitas vezes, chegamos a situações que nos pareceram becos sem saída; outras vezes, a estrada se desdobrava em inúmeros caminhos e, sem mapa nem bússola, não sabíamos onde nossa escolha nos levaria. O fato é que nenhum pai saberá jamais se o que faz é certo. Essa tem sido a forma com que toda a humanidade orientou seus passos; o fato de nosso filho ser autista não é um complicador tão sério quanto possa parecer. Esperamos que este livro ajude às famílias de pessoas autistas, dando ideias para iniciar suas investigações e, assim, tomar seu próprio rumo, dando sugestões sobre como agir. Para os profissionais que se dedicam a essas pessoas, esperamos que ajude a desenvolver intervenções prazerosas, com empatia e respeito, para que alcancem resultados tão bons como os que conseguimos.
Não usamos expressões como doença, patologia e portador. Eventualmente, usamos transtorno, já que é a palavra adotada formalmente pela Medicina: Transtorno Global do Desenvolvimento, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Transtorno do Espectro Autista. Mas preferimos condição. De toda a diversidade humana, o autismo representa uma faceta intrigante, desconcertante, diríamos até apaixonante, pois nos desafia a darmos explicações e encontrarmos a maneira mais adequada para atender as pessoas autistas. Um desafio do qual podemos sair vitoriosos.
Brincanto não é apenas um conjunto de dicas empíricas de como agir com um filho autista. Entre maio de 2008 e dezembro de 2009, foi aplicado por um grupo de profissionais, psicopedagogos e psicólogos, coordenados por Mariene, numa parceria da Afaga (Associação de Familiares e Amigos da Gente Autista) com o CAEEPBA (Centro de Atendimento Educacional Especializado Pestalozzi da Bahia). Com ele, obtivemos bons resultados, mesmo com pessoas autistas já adultas, e constatamos que sempre há, sim, o que fazer para melhorar sua condição e trazer-lhes um pouco de conforto, a partir da compreensão de seu jeito de ser.