terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Aprovado o Projeto de Lei Estadual Nº 689/2011 – RJ, em favor dos Autistas

Aprovado o Projeto de Lei Estadual Nº 689/2011 – RJ, em favor dos Autistas

Foi aprovado por unanimidade nesta quinta feira (08/12/2011) o Projeto de Lei nº 689/2011 de autoria do Deputado Estadual Xandrinho, que dispõe sobre a criação dos Centros de Reabilitação Integral para Deficientes Mentais e Autistas no estado do Rio de Janeiro.

Agora o Projeto nº 689/11 seguirá para sanção do Governador; É importante que nos mobilizemos, enviando e-mails, telefonemas, cartas, ao gabinete do Governador Sérgio Cabral, para cobrarmos dele uma posição favorável em prol das pessoas com autismo!

Fonte: http://www.xandrinho.com/joomla/component/content/article/23

Ensino especial

O que é ensino especial?
É um sistema de educação de crianças e adolescentes com deficiência fora
do ensino regular, pois as necessidades de algumas delas podem demandar
um atendimento mais especializado. Existe ensino especial em todo o
mundo, seja em escolas de freqüência diária ou unidades ligadas à escola de
ensino regular. As escolas especiais são unidades pequenas e visam à integração
e ao desenvolvimento das crianças com apoio especializado.
Mas e se o Estado não oferece a educação especializada?
Caso o Estado não forneça educação especializada próxima da residência da
criança e adolescente com autismo, é possível fazer um pedido administrativo
para que o Estado cumpra a sentença da ação civil pública da 6ª Vara da
Fazenda Pública da Capital.
Este pedido administrativo é uma carta encaminhada ao Secretário da Saúde
pedindo uma escola privada ou pública, que tenha a educação especializada
e próxima da casa onde reside a criança ou adolescente com autismo.
O pedido deve vir acompanhado dos seguintes documentos:
Cópia simples do RG e CPF dos pais ou representante legal;
Cópia simples do RG e CPF ou certidão de nascimento da criança ou adolescente
com autismo;
Cópia de comprovante de endereço atualizado;
Laudo Médico com indicação da patologia, no caso do transtorno global de
desenvolvimento com CID respectivo;
Informações de disponibilização da vaga pela escola

domingo, 20 de novembro de 2011

Educação Social

Educação Social

Pesquisadores têm encontrado cada vez mais resultados que dão suporte às “abordagens relacionais” - aquelas com foco na qualidade da interação entre facilitador e criança - no tratamento do autismo. No final da página, encontram-se técnicas que você pode começar a aplicar imediatamente para encorajar o desenvolvimento social de sua criança com autismo.

Facilitadora e criança no Autism Treatment Center of America
As primeiras teorias viam o autismo como uma desordem comportamental e, por consequência, buscavam tratá-lo através da modificação comportamental, ou seja, o reforço de comportamentos não-autísticos e a punição de comportamentos autísticos para a eliminação dos sintomas do autismo. Esta perspectiva floresceu nos anos 50, após as Síndromes do Autismo e de Asperger terem sido descritas pela primeira vez.

A psicologia moderna enfatiza a importância crucial de se estudar os pensamentos, as emoções e a experiência consciente com o objetivo de melhor compreender os seres humanos. Desta psicologia tem sido construída uma nova perspectiva em relação ao autismo, associando o autismo com a dificuldade em se estabelecer relações básicas. Recentes estudos demonstram que é possível notar-se sinais precoces do autismo em crianças de cerca de 6 meses de idade. Atualmente, estes sinais costumam ser identificados apenas em retrospecto, mas os pesquisadores têm se esforçado para desenvolver métodos que possibilitem a identificação do autismo anterior aos 2 anos e meio ou 3 anos de idade. Crianças com autismo (ou aquelas que num período posterior serão diagnosticadas com autismo) não se orientam socialmente de maneira típica. Isto significa que elas não prestam tanta atenção aos estímulos sociais como as outras crianças, estímulos como, por exemplo, um adulto chamando-as pelo nome ou olhando para o olho delas. Estas são habilidades sociais básicas que crianças de desenvolvimento típico aprendem nos primeiros meses de vida. As crianças que têm um atraso na aprendizagem da habilidade de orientação social apresentam dificuldade no processamento de estímulos sociais e apresentam então atraso no desenvolvimento de habilidades como a atenção compartilhada (prestar atenção à mesma atividade ou ao tópico que outra pessoa está prestando) e o compartilhar experiências emocionais com os outros. Estes são passos cruciais durante os primeiros anos do desenvolvimento da criança e formam a fundação para todo o aprendizado social e boa parte do aprendizado cognitivo. Sem a habilidade de atenção compartilhada, o indivíduo não é capaz de sustentar uma conversa ou até envolver-se em uma simples brincadeira de cócegas por muito tempo. De maneira similar, esta criança não consegue colocar-se “no lugar de outra pessoa” e imaginar o que a outra pessoa possa estar pensando ou sentindo (desenvolvendo a Teoria da Mente), o que é vital para a participação em trocas sociais dinâmicas e espontâneas. Sem estas habilidades, a criança com autismo fica perdida na arena social – a qual modifica-se a todo instante – e procura focar em pontos que seu cérebro está melhor equipado para processar, como objetos e sistemas mecânicos não dinâmicos.

Ainda não está claro por que crianças com autismo respondem aos estímulos sociais desta maneira. Alguns pesquisadores apontam para o fato de os estímulos sociais apresentarem natureza complexa, diversificada e dinâmica, o que representaria para cérebros estruturados da maneira discutida na página anterior - Ambiente - um desafio maior na hora de serem processados (ou filtrados), em comparação com estímulos fixos e não dinâmicos.

Hoje em dia, é amplamente aceita entre a comunidade de psicólogos e pedagogos a noção de que crianças típicas aprendem através de interações sociais recíprocas e que os primeiros relacionamentos formam a fundação que possibilita as crianças sintam-se seguras para explorar o mundo. As crianças que se desenvolvem com um cérebro autístico tendem a ter dificuldade para engajar-se nesta educação social básica e fundamental. É com este pensamento em foco que as atuais abordagens relacionais buscam ajudar os pais para que ofereçam a seus filhos a educação social que eles não puderam aproveitar. Entre as atuais abordagens relacionais, citamos algumas como o Programa Son-Rise, Floortime, RDI e HANEN.

Colocando em Prática
Aqui estão alguns simples primeiros passos – porém de grande impacto – que você pode tomar para começar a redirecionar a educação social de sua criança.

Passe pelo menos 30 minutos por dia no quarto especial que você preparou para sua criança ou, neste estágio, em qualquer quarto silencioso onde você possa estar sozinho com a sua criança.
Siga a sua criança. Faça qualquer coisa que ela queira fazer. Não há nenhuma atividade em particular que você deva fazer, apenas faça o que a criança quiser. Você também poderia seguir as instruções na página Os Sentimentos para criar um profundo senso de apreciação por sua criança e pelo que ela está escolhendo fazer. Procure divertir-se ao invés de tentar ensinar qualquer coisa para sua criança. Lembre-se que o simples ato de brincar com outra pessoa é a meta aqui, que a interação é muito mais importante para a criança com autismo do que qualquer informação que talvez você consiga ajudá-la a aprender neste ponto. Apenas divirta-se!
Mãe fazendo o Programa Son-Rise com sua filha
Tenha como foco o contato visual. Procure posicionar-se em frente à sua criança e o no mesmo nível do olhos dela enquanto vocês brincam juntos. Antes de entregar um brinquedo para a criança, procure posicioná-lo próximo aos seus próprios olhos, o que poderá facilitar com que ela olhe para você. Por fim, CELEBRE todas as vezes que sua criança olhar nos seus olhos – elogie, aplauda, cante – qualquer coisa que você tiver vontade de fazer para celebrá-la. O seu objetivo é fazer a experiência de contato visual prazerosa para sua criança. Brinque! Seja engraçado, ninguém está observando! Divirta-se com você mesmo, com sua criança e com o simples ato de olhar no olho desta preciosa pessoa.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Pais pedem políticas públicas para autistas no Senado

Pais de autistas discursaram pedindo políticas públicas específicas para pessoa com autismo, no Senado Federal (Brasília, DF), dia 27.junho.2011, em em sessão especial para homenagear ao Dia do Orgulho Autista (todo 18 de junho).

A sessão aconteceu por solicitação do senador Paulo Paim (PT-RS), que tem dado atenção especial à causa, sendo o relator do projeto de lei -- aprovado duas semanas antes, no dia 15.junho.2001 -- que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa Autista -- Projeto de Lei do Senado (PLS) 168/2011, criado por sugestão inicial da Associação em Defesa do Autista (Adefa), do Rio de Janeiro, mais especificamente pela diretora Berenice Piana de Piana, mãe de um garoto com autismo. O projeto está agora na Câmara dos Deputados, sob o número PL 1631/2011, para análise e votação (veja tramitação). Se aprovado, segue para sanção da presidente Dilma.



Em seu pronunciamento, Ulisses da Costa Batista, pai de um adolescente autista, declarou que "o Brasil não conseguiu viabilizar terapias voltadas às especificidades das pessoas com autismo, deixando inúmeras famílias sem acesso ao diagnóstico precoce, ao tratamento multidisciplinar e ao acompanhamento às famílias". Ele também disse que o avanço do autismo no mundo "impressiona". Ulisses citou uma estimativa segundo a qual, em 1990, havia um caso para cada 2,5 mil crianças nascidas, enquanto hoje haveria um caso para cada 110 crianças nascidas. Ulisses defende os direitos dos autistas há mais de dez anos.



FOTO: Agência Senado. Plenário do Senado durante sessão especial, após apresentação de Saulo Laucas.Outro pronunciamento que cobrou ação dos governantes foi do editor-chefe desta Revista Autismo, o jornalista Paiva Junior. Ele foi duro ao dizer que os dados atuais da falta de inclusão e tratamento para os autistas no Brasil deveria "constranger os senadores".

A defensora pública de São Paulo, Renata Flores Tibyriçá enfatizou a dificuldade na luta diária pela busca de tratamento, principalmente pelas famílias de menor renda.

Berenice Piana de Piana, da Adefa, emocionou a todos lembrando das pessoas anônimas que estão nesta luta pela melhoria da qualidade de vida dos autistas no Brasil.

No final, a sessão teve a apresentação de Saulo Laucas, que, além de autista e cantor lírico, é cego.



Premiação



A sessão também contou com a premiação realizada por Fernando Cotta. O Prêmio Orgulho Autista foi entregue ao senador Paulo Paim (na categoria político destaque), ao pai Ulisses da Costa Batista (pela atitude de denunciar o Brasil junto à OEA, Organização dos Estados Americanos) e, por último, ao jornalista Paiva Junior, por esta Revista Autismo (categoria imprensa escrita) -- veja os vencedores das demais categorias.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Programa Son-Rise®

O Programa Son-Rise®

“A participação espontânea da criança em interações dinâmicas, envolventes e estimulantes é fator chave para o tratamento e recuperação do autismo.”


Facilitadora do Autism Treatment Center of America e criança
O Programa Son-Rise® apresenta uma abordagem altamente inovadora e dinâmica ao tratamento do autismo e outras dificuldades de desenvolvimento similares – uma abordagem relacional, onde a relação entre pessoas é valorizada. O Programa Son-Rise não é um conjunto de técnicas e estratégias a serem utilizadas com uma criança. É um estilo de se interagir, uma maneira de se relacionar com uma criança que inspira a participação espontânea em relacionamentos sociais. Os pais aprendem a interagir de forma prazerosa, divertida e entusiasmada com a criança, encorajando então altos níveis de desenvolvimento social, emocional e cognitivo.

Psicólogos e especialistas em desenvolvimento infantil têm apontado há décadas que crianças que possuem um desenvolvimento típico aprendem melhor através de experiências interativas e emocionalmente prazerosas com outras pessoas. Nestas interações, a criança é um participante ativo ao invés de um recipiente passivo de informação. Nos últimos dez anos, os pesquisadores têm percebido que o mesmo vale para crianças com autismo e dificuldades similares. As novas perspectivas e pesquisas em relação ao autismo estão começando a perceber recentemente aquilo que o Programa Son-Rise já vem praticando há anos. Este programa tem sido utilizado internacionalmente por mais de 30 anos com crianças e adultos representantes de todo o Espectro do Autismo e dos Transtornos Globais do Desenvolvimento.

Facilitador do Autism Treatment Center of America e criança
No início dos anos 70, o casal Barry e Samahria Kaufman, fundadores do Programa Son-Rise®, ouviram dos especialistas que não havia esperança de recuperação para seu filho Raun, diagnosticado com autismo severo e um QI abaixo de 40. Decidiram porém acreditar na ilimitada capacidade humana para a cura e o crescimento, e puseram-se à procura de uma maneira de aproximar-se de Raun. Foi a partir da experimentação intuitiva e amorosa com Raun, há cerca de 30 anos, que eles desenvolveram o Programa Son-Rise. Raun se recuperou de seu autismo após 3 anos e meio de trabalho intensivo com seus pais. Ele continuou a se desenvolver de maneira típica, cursou uma universidade altamente conceituada e agora é o CEO do Autism Treatment Center of America, fundado por seus pais em Massachusetts, nos EUA. Desde a recuperação de Raun, milhares de crianças e adultos utilizando o Programa Son-Rise têm se desenvolvido muito além das expectativas convencionais, algumas delas apresentado completa recuperação.

Mariana Tolezani da Inspirados pelo Autismo no quarto de brincar
O Programa Son-Rise é centrado na pessoa com autismo. Isto significa que o tratamento parte do desenvolvimento inicial de uma profunda compreensão e genuína apreciação da pessoa, de como ela se comporta, interage e se comunica, assim como de seus interesses. O Programa Son-Rise descreve isto como o “ir até o mundo da pessoa com autismo”, buscando fazer a ponte entre o mundo convencional e o mundo desta pessoa em especial. Com esta atitude, o adulto facilitador vê a pessoa como um ser único e maravilhoso, não como alguém que precisa “ser consertado”, e pergunta-se “como eu posso me relacionar e me comunicar melhor com essa pessoa?” Quando a pessoa com autismo sente-se segura e aceita por este adulto, maior é a sua receptividade ao convite para interação que o adulto venha a fazer.

Facilitador do Autism Treatment Center of America e criança
O Programa Son-Rise oferece uma abordagem prática e abrangente para inspirar a pessoa com autismo a participar espontaneamente de interações divertidas e dinâmicas com outras pessoas, tornando-se aberta, receptiva e motivada para aprender novas habilidades e informações. A participação da pessoa nestas interações é então fator chave para o tratamento e recuperação do autismo. E o papel dos pais é essencial neste processo de tratamento.

Durante todo o processo, o crescimento emocional dos pais é enfatizado. Orientação atitudinal é oferecida para os pais para ajudá-los a trabalhar quaisquer crenças limitantes ou sentimentos negativos em relação a eles mesmos, à criança ou ao diagnóstico da criança. Instruções práticas são oferecidas para auxiliar os pais na criação de uma nova perspectiva que permita que se relacionem com a criança a partir de um sentimento de apreciação e alegria.

“Toda a aprendizagem acontece no contexto de uma interação divertida, amorosa e espontânea que inspira tanto pais como filhos. Pais que utilizam o Programa Son-Rise relatam não somente um progresso magnífico no desenvolvimento dos filhos, mas também uma melhora dramática em seu próprio bem-estar emocional.”


O Programa Son-Rise propõe a implementação de um programa dirigido pelos pais na residência da criança ou adulto com autismo. As sessões individuais (um-para-um) são realizadas em um quarto especialmente preparado com poucas distrações visuais e auditivas, contendo brinquedos e materiais motivadores que sirvam como instrumento de facilitação para a interação e subseqüente aprendizagem. Devido às diferenças neurológicas apresentadas por uma criança com autismo, os pais aprendem um novo estilo de interação que difere de como eles se relacionam com crianças de desenvolvimento típico.

Mãe e filha em uma sessão do Programa Son-Rise
O Programa Son-Rise é lúdico. A ênfase está na diversão. Isto significa que os pais, facilitadores e voluntários seguem os interesses da criança e oferecem atividades divertidas e motivadoras nas quais a criança esteja empolgada para participar. O mesmo aplica-se para o trabalho com um adulto. As atividades são adaptadas para serem motivadoras e apropriadas ao estágio de desenvolvimento específico do indivíduo, qualquer que seja sua idade. Uma vez que a pessoa com autismo esteja motivada para interagir com um adulto, este adulto facilitador poderá então criar interações que a ajudarão a aprender todas as habilidades do desenvolvimento que são aprendidas através de interações dinâmicas com outras pessoas (por exemplo, o contato visual “olho no olho”, as habilidades de linguagem e de conversação, o brincar, a imaginação, a criatividade, as sutilezas do relacionamento humano). O Programa Son-Rise instrui os pais na criação destas efetivas interações com a criança ou adulto de forma que eles possam dirigir o programa de seus filhos e ajudá-los durante todas as interações diárias com eles.

“Quando cheguei ao Option Institute para fazer o Son-Rise Start-Up Program, senti o tamanho do amor que Bears e Samahria Kaufman tiveram para construir aquele lugar. O Programa Son-Rise não foi apenas uma busca de um método terapêutico para trabalhar com meu filho, mas também uma sensação maravilhosa de estar junto a uma “nova família” que estava ali me dando um grande apoio e carinho. Redescobri meu filho e a mim mesma. Esse programa extraordinário me mostrou claramente que ter um filho tão especial é mais do que uma virtude...é simplesmente o encontro do crescimento pessoal, da realização plena e da felicidade.”
Aurea B.
Brasíllia

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Inspire-se




Inspiração não é algo que acontece conosco – é um estado físico e mental que cada um de nós cria para nós mesmos.

Frequentemente, quando pais recebem o diagnóstico de autismo para a sua criança, também é oferecido a eles uma perspectiva cheia de pessimismo e a sugestão para que se conformem a uma condição trágica e irreversível da criança. O trabalho com abordagens educacionais relacionais, algumas abordagens biomédicas do autismo e a atual neurociência têm nos mostrado que esta não precisa ser a única perspectiva a ser adotada. Os cérebros das crianças com autismo apresentam grande plasticidade. Isto significa que os cérebros destas crianças aprendem, se desenvolvem e podem ser modificados por cada experiência vivida – assim como qualquer cérebro. Ao oferecermos um ambiente de aprendizado otimizado para as crianças, nós podemos ajudá-las a reconstruir os seus cérebros e aprender a superar os desafios relativos a habilidades sociais e de comunicação típicos do autismo.


Esta mudança de perspectiva é o primeiro passo para se estimular o desenvolvimento social de uma criança com autismo. A nossa experiência com famílias de crianças com autismo que utilizam o Programa Son-Rise® tem nos mostrado que a adoção de uma perspectiva inspiradora por parte dos pais – de esperança e entusiasmo – é crucial para a promoção do desenvolvimento de suas crianças. As duas razões para isso são:



Inspirados pelo Autismo
1. Crianças com autismo, assim como qualquer criança, respondem positivamente a pessoas que sentem-se confortáveis e entusiasmadas em relação a elas. Quando nos colocamos nesta atitude, maior é a probabilidade das crianças se abrirem e quererem se conectar conosco. Temos observado em diversas situações que as crianças com autismo querem aprender e brincar como quaisquer outras crianças, mas que encontram nisso grande dificuldade devido à forma como seus cérebros são estruturados.

Ao adotarmos uma atitude brincalhona, apaixonada e confortável, nós inspiramos as crianças a se sentirem motivadas para se conectarem conosco. Elas sentem-se então inspiradas para brincar, aprender e superar seus desafios. Há décadas, médicos e fisioterapeutas têm testemunhado que, após graves acidentes, os pacientes que são mais motivados e inspirados para voltar a andar são também os que progridem mais rapidamente. Crianças com autismo que se sentem inspiradas pelas pessoas à sua volta também podem se curar. Cada vez mais professores e terapeutas têm reconhecido a importância da atitude e do conforto emocional tanto no trabalho com crianças de desenvolvimento típico como com as crianças com dificuldades de desenvolvimento.


2. Os pais que desenvolvem programas intensivos domiciliares para suas crianças tendem a se sentir mais motivados, mais criativos e energéticos quando sentem-se inspirados e entusiasmados em relação ao desenvolvimento de suas crianças. Os benefícios são sentidos por toda a família quando os pais expandem suas atitudes inspiradoras para a relação conjugal e para a relação com as outras crianças da família. Os pais que utilizam o Programa Son-Rise® e nutrem esta atitude inspiradora em suas vidas, geralmente sente-se profundamente gratos à criança com autismo por ajudá-los a embarcar numa jornada pessoal de inspiração e paz.



O seu tempo é limitado, portanto não o desperdice vivendo a vida de outra pessoa. Não se prenda a dogmas – o que significa uma vida baseada nas conclusões de outras pessoas. Não permita que o ruído das opiniões dos outros emudeça sua própria voz. E o mais importante, tenha a coragem de seguir o seu coração e sua intuição. De alguma forma eles já sabem o que você realmente quer ser. Todo o resto é secundário.
Steve Jobs, co-fundador da Apple

Como criar o estado de inspiração

                                             

As Crenças
Identificar crenças - padrões de pensamentos - limitadoras e substitui-las por crenças fortalecedoras que inspiram e promovem a expansão, é o primeiro passo para se criar uma perspectiva inspiradora. Crenças são conclusões que elaboramos em relação a eventos, a pessoas e a nós mesmos. Nossas crenças afetam como nós percebemos o mundo e como nos sentimos em relação aos eventos que acontecem. Algumas crenças nos levam a interpretar os eventos ou pessoas ao nosso redor de forma negativa,  nos levando a sentimentos de tristeza, raiva ou medo. Outras crenças nos ajudam a ver oportunidades e nos levam a sentimentos de felicidade, inspiração e alegria.

Identificar quais são as crenças que estão causando determinadas emoções ajudará você a reduzir a quantidade de tempo e energia que você utiliza para sentir-se infeliz, e também a  maximizar sua experiência de sentimentos de felicidade, alegria, inspiração. (
Leia mais sobre crenças...)


Os Sentimentos

Inspirados pelo Autismo
Em nossa cultura, muito se fala em relação a estar em boa forma física, trabalhar os músculos e  exercitar o corpo. Algumas pessoas também investem na boa forma mental, exercitando a mente para torná-la mais clara, rápida e aguçada. Raramente as pessoas reconhecem a importância de se estar em boa forma emocional, de se estar consciente e em controle da nossa experiência emocional em todos os momentos. O “estar inspirado” não significa apenas o “pensar” de forma inspiradora, mas também o “sentir” uma profunda gratidão, entusiasmo e apreciação.

Investir numa rotina de exercício “emocional” irá ajudá-lo a desenvolver uma boa forma emocional. Aprender a se colocar instantaneamente no estado fisiológico de apreciação nos ajuda não somente a nos sentirmos melhor, mas há evidências de que fortalece o sistema imunológico, otimiza a performance mental, estimula a criatividade e o desenvolvimento de habilidades de solução de problemas. E é fácil de se fazer.
Leia mais...


As Intenções
A criação de uma nova atitude e perspectiva requer uma intenção em foco. Todos nós desenvolvemos padrões emocionais e de pensamento que tornam-se familiares e fáceis de usar. Nossos cérebros são incrivelmente flexíveis – o que significa que nós também somos capazes de modificar nossos padrões neurológicos, e reconstruir nossos cérebros e nossos hábitos através de uma ação intencional. Decida por uma nova ação, e repita a ação até que você não mais necessite  pensar sobre ela para agir. É o mesmo procedimento que utilizamos quando aprendemos a dirigir um carro ou a memorizar as tabelas de multiplicação. A plasticidade do nosso cérebro é uma ótima notícia, pois permite que modifiquemos nossas atitudes e experiências emocionais, e permite que crianças com autismo superem suas dificuldades. Leia mais sobre o poder da intenção...


Caminhe confiantemente na direção dos seus sonhos. Viva a vida que você imaginou para si mesmo.
Henry David Thoreau

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Autismo & Realidade

iPad e Autismo – Fevereiro 2011
Dois aspectos estão frequentemente associados ao Autismo: prejuízo na
comunicação e fascínio por maquininhas.
Eis que surge uma maquininha que parece poder fazer a diferença no
desenvolvimento de crianças do espectro autista: o iPad.
Sim, a maquininha em si parece ter certa facilidade em atrair a atenção de
crianças do espectro. Além disso, a tecnologia "touch screen" facilita o manuseio por
crianças pequenas, o que antes não era conseguido pelo velho mouse.
No entanto, mais que a maquininha, os aplicativos que têm surgido são sem
duvida a grande promessa para os programas de intervenção dirigidos às crianças do
espectro.
O site Gadgets DNA publicou em 2010 os 10 melhores aplicativos de iPad para
Autismo:
• Proloquo2Go, um poderoso programa de comunicação alternativa para pessoas
com dificuldade de fala;
• Grace, um programa que permite a construção de frases por meio de figuras;
• iCommunicate, um programa com muitos recursos para personalizar quadros
de rotina, figuras para comunicação, etc;
• First Then Visual Schedule, um programa para confecção de quadros de rotinas
visuais;
• iConverse, um aplicativo que pode servir de base para o PECS;
• AutismExpress, um aplicativo para facilitar o reconhecimento e a expressão de
emoções;
• Stories2Learn, um programa que permite a construção de historias para o
treino de habilidades sociais;
• MyTalkMobile, aplicativo que facilita a comunicação;
• TapToTalk, um programa com jeito de game para melhorar a comunicação;
• iComm, aplicativo que facilita o desenvolvimento da capacidade de comunicação
verbal e escrita.
Fonte:
www.gadgetsdna.com/10-revolutionary-ipad-apps-to-help-autistic-children/5522/

sábado, 27 de agosto de 2011

Notícias recentes

Universidade do Porto jogo de computador de desenvolvimento para crianças autistas

As Notícias de Portugal

oporto universityResearchers da Universidade do Porto uniram-se com a Universidade do Texas em Austin, EUA, para desenvolver um jogo de computador destinado a ajudar crianças autistas aprendem expressões faciais e emoções para ajudá-los a se relacionar melhor com as pessoas ao seu redor.

O jogo - que foi fruto da imaginação de vários ex-alunos da Universidade do Porto - vai permitir que as crianças autistas a se familiarizar com expressões faciais e de reconhecer emoções como alegria e tristeza, assim, permitindo que a criança tem maior facilidade com as suas relações inter-pessoais.

"O projeto LIFEisGAME tenta mostrar como é possível aplicar um pioneiro, a abordagem de jogo sério para ensinar as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (ASD) de reconhecer emoções faciais, utilizando a síntese em tempo real e análise de expressão facial automático.

O autismo é uma disfunção que afeta a capacidade da vítima de se relacionar com os outros, deixando-os emocionalmente isolado daqueles ao seu redor.

Pressionando seus dedos na tela as crianças podem desenhar expressões, levantar as sobrancelhas e os olhos e, ao mesmo tempo assistir a face reagir. Há muitos personagens diferentes para escolher, incluindo os seres humanos, bonecas e animais. Full Story

domingo, 7 de agosto de 2011

Uma cura para o autismo

Uma cura para o autismo

Biólogo brasileiro testa remédio contra a doença, que pode ser consequência de um cérebro superativo

Gustavo Heidrich



   Divulgação
IMERSO EM PESQUISA: O biólogo Alysson Muotri em seu laboratório na Universidade da Califórnia, onde estuda drogas que podem reverter o problema
Crédito: divulgação
Saber mais sobre como os neurônios se comportam ao longo de nossa vida sempre fascinou o biólogo Alysson Muotri. Depois do doutorado em genética na USP e uma passagem por Harvard, Muotri passou 6 anos no Instituto Salk, na Califórnia, que já abrigou prêmios Nobel como o inglês Francis Crick, um dos descobridores da estrutura do DNA. Nesse período, se aprofundou em como neurônios surgem no cérebro adulto. Os estudos na área o levariam a uma explicação inédita e uma possível cura para o autismo — que atinge uma a cada 110 crianças norte-americanas. “Conseguimos abalar um dos grandes dogmas da neurociência, aquele de que doenças mentais não têm cura.”

A grande revelação científica de Muotri, já professor do Departamento de Pediatria e Medicina Celular e Molecular da Universidade da Califórnia, foi descobrir que, em cérebros autistas, novos neurônios se formam com mais facilidade devido a uma mutação genética. Em pessoas comuns, o surgimento desses neurônios na fase adulta é possível porque nosso cérebro possui células-tronco (capazes de se diferenciar em diversas estruturas de nosso corpo) adormecidas. Quando estimuladas , por exemplo por novas experiências e aprendizados, elas se transformam em neurônios. “Isso acontece graças à ativação de determinadas sequências de genes, chamadas de elementos transponíveis.”

Na maioria das pessoas, exercitar a mente, seja lendo um livro, jogando xadrez ou aprendendo a tocar um instrumento, desperta os tais elementos transponíveis. Porém, os autistas não precisariam de tanto exercício. Segundo a pesquisa de Muotri, eles já possuem esse sistema naturalmente mais ativo do que gente saudável. Em tese, isso seria bom, já que um cérebro dinâmico pode gerar habilidades extraordinárias, como uma supermemória ou destreza em cálculos matemáticos. Mas isso também multiplica a chance de mutações que tornam os neurônios autistas defeituosos. Por exemplo, são menores e têm menos capacidade de completar sinapses, as regiões de comunicação entre as células cerebrais.

O pesquisador e sua equipe retiraram células da pele de pacientes autistas e saudáveis, depois fizeram com que elas voltassem a ser células-tronco e as submeteram a um ambiente similar ao do cérebro, usando vitaminais e sais minerais. “Assim, conseguimos que essas células se comportassem como neurônios”, diz Muotri. Acompanhando sua evolução, o grupo observou o surgimento dos defeitos nos neurônios autistas. Com o tempo, eles se atrofiavam. O passo seguinte foi testar várias substâncias para reverter o problema. Duas delas — o hormônio Insulin Grow Factor 1 (IGF1) e o antibiótico Gentamicina — provaram ser eficazes. “Em tese, curamos o autismo, mas ainda há vários testes para que essas drogas possam chegar ao mercado.”

Em caráter experimental, uma equipe de médicos do Children´s Hospital, em Boston, nos EUA, já usa as substâncias em um grupo de 10 crianças autistas. No entanto, os efeitos colaterais ainda não são completamente conhecidos. “Pode haver perda de memórias e até de conhecimentos adquiridos por conta da reconfiguração cerebral provocada pelos medicamentos”, diz Muotri. Se essas barreiras forem ultrapassadas, os autistas não devem ser os únicos beneficiados. “No futuro, talvez possamos ampliar a inteligência e a criatividade ao acelerar o desenvolvimento de neurônios em um cérebro adulto.”


TESTE DE LABORATÓRIO | Os experimentos que revelaram uma das causas da síndrome. E como eliminá-la
Daniel das Neves
Crédito: Daniel das Neves