Artigos e Notícias - |
Escrito por Paiva Junior |
Sex, 08 de Junho de 2012 15:12 |
Um filme sobre autismo. Este é o projeto criado pela cineasta Julia Rufino Garcia, que busca verba para filmar "Arthur e o Infinito", um curta-metragem a respeito da síndrome.
A ideia surgiu da grande curiosidade que
Julia tem sobre o tema, que até então era pouco conhecido por ela, mas
que a fascinava, pois essas crianças interagem com o mundo de forma
diferente, com habilidades diferentes. "São pessoas puras, que têm muito
a ensinar a humanidade e esse é um dos principais focos do filme",
contou a cineasta com exclusividade para a Revista Autismo. Ainda
segundo Julia, o segundo principal foco é mostrar o como o cuidado, o
carinho, o fato de se importar e de estar junto pode fazer toda a
diferença. "Hoje vivemos num mundo que necessita disso, deixar isso
exposto na relação da mãe com o menino pode inspirar pessoas a mudarem
suas ações", arrematou. Veja como contribuir, no final deste texto.
A HISTÓRIA
O filme conta a história de Marina e
César, pais de duas crianças: Sofia de dez anos e Arthur, de seis anos —
vivido pelo jovem ator Eric Schon (foto). Quando Arthur tinha um ano e
meio de idade, começou a apresentar um comportamento diferente das
outras crianças, como por exemplo a sua comunicação era precária,
parecia não ouvir quando seus pais o chamavam e quase não tinha contato
visual. Essas características levaram os pais a procurarem médicos e
especialistas.
A longa busca dos pais só terminou
quando Arthur completou seis anos, e foi diagnosticado como autista.
Marina sente maior responsabilidade sobre o menino e decide se dedicar
unicamente a tentar desenvolve-lo o máximo possível. A família passará
por momentos difíceis onde Marina colocará em questão a sua capacidade
de lidar com seu filho.
O INÍCIO
A cronologia do projeto, segundo a cinesta foi a seguinte:
"A ideia do projeto surgiu em outubro de
2011, Julia estava finalizando o curso técnico em direção
cinematográfica pela Academia Internacional de Cinema e decidiu contar
em seu filme de conclusão de curso uma história onde o autismo seria o
tema central.
As pesquisas se iniciaram em novembro
conforme o roteiro foi sendo escrito. Com a ajuda de alguns pais e
médicos, a primeira versão do roteiro saiu, e foi a base principal para
dar início de fato a todo o projeto.
Em dezembro, o projeto foi apresentado
para uma banca de profissionais da Academia de Cinema que aprovariam ou
não o filme. Além de ter sido aprovado, o roteiro recebeu um prêmio de
R$ 3 mil da própria Academia para cobrir alguns pequenos custos de
produção, já que todo o gasto fica por conta do realizador do filme e
não da Instituição.
Em janeiro e fevereiro/2012 fomos
entrando em contato com especialistas da área, médicos, pessoas de
instituições e pais com o objetivo de colher o maior número de
informações possível para a nossa pesquisa.
Em março começamos a busca para achar o
nosso elenco, principalmente para encontrar a pessoa para o personagem
da mãe e do menino. Foram 4 semanas fazendo testes, entrevistamos 8
meninos até acharmos o nosso ator Erich Schon e 22 mulheres até
encontrarmos a Maria Tuca. Após as escolhas, começamos os ensaios.
Durante esse mesmo período, nossa equipe
fez diversas reuniões com o objetivo de deixar tudo o mais organizado
possível e nesse momento, foi criado um orçamento completo até a
finalização do filme e vimos que se fôssemos fazer com a verba que temos
até então, seria insuficiente e o filme não teria a qualidade técnica
que gostaríamos.
Tivemos a ideia de montar um vídeo de
apresentação do nosso projeto e inscrevê-lo no Catarse, assim teríamos
uma chance maior de conseguir uma verba direta em pouco tempo, sem
depender de leis de incentivo ou editais que nos tomaria muito tempo e
não conseguiríamos rodar o filme ainda esse ano.
Os custos da produção de um filme são
bem altos, desde garantir toda a alimentação e transporte para toda a
equipe e elenco até aluguel de equipamentos, aluguel de locações,
figurinos, maquiagem, objetos de arte, pós produção etc."
PRA QUE?
Por último, Julia contou que "a mensagem
principal do filme é a de expor o caminho que a mãe decidiu seguir, que
foi o de se dedicar integralmente ao seu filho, passando por momentos
difíceis mas que trouxeram uma recompensa, mesmo que a longo prazo. O
objetivo é o de tentar trilhar um possível caminho e o de inspirar
pessoas para talvez fazerem o mesmo ou algo parecido", argumentou.
A ideia é divulgar em todas as
instituições, associações e escolas. Exibir para o maior número de mães,
pais e pessoas que convivem com autistas. O filme muito provavelmente
irá para diversos festivais nacionais e internacionais e talvez para
algum canal de televisão.
A página do filme, no Facebook é facebook.com/arthureoinfinito — curta e dê seu apoio.
EQUIPE
Roteiro e Direção: Julia Rufino Garcia
Assistente de Direção: Luiz Cardoso
Produção: Ruy Octavio e Nivea
Direção de Fotografia: Rogerio Che
Equipe de Arte:
Coletivo de arte: Dicezar Leandro, Marina Verissimo, Ana Luiza Cencini,
Tatiana Demarchi, Nadia Lufi, Silmara, Rogerio Freua, Guilherme Menezes
Rufino.
COMO CONTRIBUIR
O projeto do filme Arthur e o Infinito já está disponível para doações no site Catarse!!!
Para contribuir, doe qualquer quantia a partir de R$10 e receba uma recompensa. Para fazer a doação é muito simples:
1.Acesse http://catarse.me/pt/projects/727-arthur-e-o-infinito-um-olhar-sobre-o-autismo 2.Clique em "Quero apoiar este projeto" 3.Preencha seus dados e confirme a doação. A equipe tem até o dia 16/julho/2012 para arrecadar. |
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Filme 'Arthur e o Infinito' busca apoio para filmagens
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Padre é acusado de discriminação por negar primeira comunhão a adolescente autista
Publicado por Valder Damasceno em 22 de junho de 2012
Em Bom Princípio, município do interior do Rio Grande do Sul, um padre está sendo acusado de discriminação por ter se negado a dar a primeira comunhão a Cassio, um adolescente autista de 14 anos. Segundo a família do garoto, ele está sendo vítima de preconceito por parte do sacerdote católico.
O autismo trata-se de um transtorno de desenvolvimento que afeta principalmente a interação social, mas, mesmo com a as limitações do menino, Letus Maldaner, pai de Cassio, já havia preparado uma festa para comemorar, após a missa, a conquista do filho. Mas, antes da celebração, o padre Pedro Rotter informou que o Cassio não poderia receber a hóstia no altar. “Simplesmente ele chegou no dia e disse que não iria fazer a primeira comunhão”, contou o senhor Letus.
A justificativa do padre é que, durante um ensaio, há alguns dias antes da cerimônia, o adolescente se recusara a abrir a boca. Isto teria motivado o padre a tomar a medida para preservar a família de constrangimentos, segundo ele. Padre Pedro ainda informou que avisou a família com antecedência, e contou ter instruído a mãe a ensinar o significado do ritual ao filho, já que ele não participou do curso preparatório com duração de dois anos.
O bispo da Diocese de Montenegro, Dom Paulo de Conto, disse que o adolescente receberá a comunhão em breve, porém, ele deverá passar por um preparo especial, “A eucaristia não foi negada, mas sim adiada”, explicou.
Fonte: Gospel+
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Política Pública para Autismo no Brasil
Autismo
O Brasil não tem política pública para a pessoa com autismo. E a responsabilidade de reverter essa situação está em minhas mãos
19.06.2012 | Texto por Mara Gabrilli
Joana Resek
Imagine-se desembarcando na China
ou no Cazaquistão ou numa cidade inusitada, sem domínio de nenhuma
língua que possa te auxiliar, sem intimidade ou saber, mesmo que
superficial, da cultura.
Agora pense que você não consegue
produzir nenhum gesto ou expressão facial como apoio para comunicação.
Mas não estamos falando de uma tentativa de gesticulação sem sucesso
como a minha, por conta de uma paralisia física, já que a intenção do
movimento nunca me deixou. Estou falando da sensação de não encontrar no
próprio repertório essas ações. Complete isso com a impossibilidade de
compartilhar emoções e diferenciar pessoas. E, para aguçar mais ainda o
sentimento de exclusão do planeta, constate o não uso da imaginação e da
imitação.
Essa é uma descrição típica de
manifestações do universo de uma pessoa com autismo. Para você
contextualizar melhor o não simbolizar, a expressão “vai chover
canivetes”, por exemplo, já fez crianças autistas se esconderem embaixo
da mesa, assim como, em uma conversa informal, a jovem autista perguntou
a idade da professora, que respondeu: “Chuta”. A jovem, então, deu-lhe
um chute na canela. A pessoa com autismo não pensa de maneira abstrata,
só concreta.
Outra característica é a ecolalia,
que é a repetição de frases ouvidas recentemente ou há algum tempo.
Também podemos citar a obstinação por um determinado assunto, como um
rapaz que conheci certo dia na AMA (Associação de Amigos do Autista).
Depois de ter sido apresentada como deputada, ele se aproximou e disse:
“Sou obcecado por transporte, o que você vai fazer pra melhorar o
transporte?”. Ainda conheci um jovem que aprendeu inglês por causa de
sua fixação por mitologia grega. Levamos em consideração que todos esses
casos só podem ocorrer com os verbais, pois os não verbais nem adquirem
a fala, muitas vezes, por consequência do diagnóstico tardio.
InconformismoO
autismo é um distúrbio no desenvolvimento infantil com impacto
gigantesco na interação social, na comunicação, no aprendizado e na
capacidade de adaptação.
A síndrome de Asperger e o autismo
foram identificados na Áustria, em 1943-44. No entanto, apenas em 2009
novos estudos demonstraram que a cada 150 crianças nascidas uma tem
autismo (Fombonne).
Fui designada relatora de um
projeto de lei que institui uma política nacional para pessoas com
transtorno do espectro autista. Só há 18 anos o Brasil teve sua primeira
associação para o autismo, o que justifica o pouco conhecimento na
área, além das faces ocultas que podem ter por trás da beleza de uma
criança com autismo. Essa criança não é vista como uma pessoa com
deficiência intelectual, pois não há uma linearidade na sua aquisição
cognitiva. Isto é, uma estética toda harmoniosa não revela o padrão
irregular do desenvolvimento, que muitas vezes pode demonstrar altas
habilidades e grandes dificuldades.
Tenho recebido relatos e apelos de
familiares de pessoas com autismo de todo o Brasil. O desespero dos
pais é tal, que a única coisa que me pedem é celeridade na relatoria.
Não querem mexer no texto, pois qualquer alteração que eu faça implicará
nova tramitação. E para quem já esperou uma vida cheia de “nãos”,
somada à fama de descompromisso do Congresso Nacional, essa pressa é
justificável, assim como a indignação por não encontrarem um atendimento
de saúde com profissionais treinados e experientes.
Esses pais são inconformados por
se depararem com as portas da educação trancadas. Quando abertas, na
maioria das vezes, expõem uma didática inócua e ineficiente para um
autista. Pais tristes e frustrados por experimentarem a falta de
diagnóstico precoce, tratamento multidisciplinar e adequado, transporte,
trabalho, entretenimento, cultura, esporte... O Censo do IBGE nunca
perguntou se tem autista na residência. Muitos morreram sem saber o que
tinham e nunca foram considerados pessoas com deficiência.
Ou seja, definitivamente, o Brasil
não tem política pública para a pessoa com autismo. E, neste momento, a
responsabilidade de reverter essa situação está em minhas mãos.
Mara Gabrilli,
44 anos, é publicitária, psicóloga e deputada federal pelo PSDB. É
tetraplégica e fundou a ONG Projeto Próximo Passo (PPP). Seu e-mail: maragabrilli@maragabrilli.com.br
Revista TPM
domingo, 17 de junho de 2012
Numa classe de 30 crianças nos Estados Unidos...
3 tem dificuldade de aprendizado,
3 tem asma,
3 tem alergias a alguma comida,
3 tem alergias respiratorias,
3 tem problemas de atencao,
1 tem autismo.
Chalkboard ("lousa" em ingles) é o nome de uma campanha de um grupo de mães americanas para questionar o calendário de vacinação atual nos Estados Unidos.
Entre no site da campanha. Lá tem um Video (e' curtinho, está em ingles) que mostra o assunto da campanha e o que as vacinas fazem com o sistema imunologico dos nossos filhos. Em Research há links para as pesquisas mais recentes.
Nunca foram feitos estudos para se verificar os riscos do acumulo das vacinas, mas os numeros não mentem!
Visite:
http://
sábado, 16 de junho de 2012
Cães são importantes no tratamento de crianças autistas
|
Estou tendo esta experiência agora, depois de várias tentativas de despertar a atenção de meu filho Glauco para um cão, hoje, aos 11 anos aconteceu, e temos notado muitas mudanças relevantes no seu comportamento!
Glauco e Marley
Médica e mãe de dois filhos com autismo lança livro sobre o transtorno
“Autismo
e Cérebro Social – Compreensão e Ação” é o título da obra que a médica cearense
Fátima Dourado lança nesta sexta-feira (15), às 19h, na Livraria Saraiva do
Shopping Iguatemi. Pediatra e psiquiatra, a autora, com dois filhos autistas,
fundou a Casa da Esperança, entidade de referência internacional no tratamento
e estudo do autismo. O livro apresenta sua trajetória de superação e ajuda
leigos e profissionais e entenderem melhor esse transtorno de desenvolvimento e
relacionamento.
Fátima
faz um relato emocionado dos desafios e conquistas com a descoberta do
diagnóstico de autismo nos filhos Giordano Bruno e Pablo, hoje adultos.
Em detalhes, ela cita os personagens e os percalços desta caminhada até hoje,
quando, à frente da Casa da Esperança pode oferecer a pais e mães de filhos
autistas as respostas que não teve no passado.
O livro também apresenta dados científicos que vão interessar a especialistas e profissionais de saúde. Como médica, Fátima aprofunda-se nos critérios de diagnóstico, métodos e técnicas de intervenção, uso de medicamentos, orientação familiar, casos clínicos e situações de vida. Mescla ciência e amor no tratamento do Autismo, porque não poderia ser diferente.
O livro também apresenta dados científicos que vão interessar a especialistas e profissionais de saúde. Como médica, Fátima aprofunda-se nos critérios de diagnóstico, métodos e técnicas de intervenção, uso de medicamentos, orientação familiar, casos clínicos e situações de vida. Mescla ciência e amor no tratamento do Autismo, porque não poderia ser diferente.
Até
chegar a essa fase da vida em que pode compartilhar experiência e conhecimentos
sobre autismo, Fátima enfrentou dificuldades e uma forma de enfrentá-los
foi unindo-se a oito mães com filhos autistas. Juntas, fundaram há 19 anos Casa
da Esperança. Atualmente a entidade atende 400 pessoas com autismo em regime
intensivo, de quatro ou oito horas por dia e realiza mais de mil procedimentos
ambulatoriais diariamente, na condição de unidade de saúde do Sistema Único de
Saúde (SUS).
As
atividades na Casa são desenvolvidas em conjunto com o psicólogo Alexandre
Costa e Silva, atual presidente da entidade, e dos seus dois filhos, Alexandre
e Gustavo, especializados em autismo.
“Autismo
e Cérebro Social – Compreensão e Ação” é o segundo livro de Fátima Dourado. Sua
obra de estreia foi “Amigos da Diferença: uma abordagem relacional da
problemática do autismo”, que trantou de um projeto desenvolvido pela Casa da
Esperança, objetivando chamar a atenção da sociedade para a importância de
tratar os diferentes com respeito e dignidade.
De acordo
com a autora, o autismo é “o protótipo de uma série de transtornos, com
diferentes formas de apresentação e múltiplas causas, que apresentam entre
si algumas características comuns”. Entre estas, anormalidades no
desenvolvimento da inteligência social que se apresentam na forma de
dificuldades de comunicação e linguagem; presença de estereotipias de
comportamento, atividades e interesses, dentre outros sinais.
Saiba mais sobre a autora
Saiba mais sobre a autora
Fátima
Dourado é formada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e
psiquiatra pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Associação Médica
Brasileira. Como médica concursada da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento
Social e Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, exerce há 19 anos, Psiquiatria
da Infância e da Adolescência, com ênfase nos transtornos do espectro do
Autismo. É fundadora e diretora clínica da Casa da Esperança e presidente da
Associação Brasileira de Ação por Direitos da Pessoa com Autismo (Abraça). É
também conferencista com participações em simpósios e congressos sobre Autismo
no Brasil e no Exterior. (Com informações da assessoria de imprensa da Casa da
Esperança – Contato: Jornalista Ângela Marinho – (fone: 85 8842 3628)
Mais
informações sobre o lançamento: Livraria Saraiva do Shoping Iguatemi – (fone:
85 3241 1986 com Maíra)
Sugestão de pauta: Agência da Boa Notícia
Sugestão de pauta: Agência da Boa Notícia
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Depoimento: Tirei meu filho do isolamento do autismo
A professora Anita Brito ouviu os médicos afirmarem que seu
filho jamais voltaria a falar. Diagnosticado como autista, o menino
ficou mais de um ano sem se expressar. Com uma rotina caseira de
estímulos diários, Anita conseguiu trazer o filho de volta. Hoje,
Nicolas tem 13 anos, lê, escreve, conversa e frequenta um colégio
regular. E segue autista
Por
Depoimento a Letícia González
"Uma das psicólogas
me disse que ele era retardado. Outra, mimado"
me disse que ele era retardado. Outra, mimado"
NUNCA DESISTI DE CONVERSAR COM NICOLAS E TENTAR ENTRAR NO SEU MUNDO. HOJE, AOS 13, VEJO QUE ELE SEGUE EVOLUINDO
Depois dos primeiros meses, essa característica começou a me preocupar. Nicolas tinha de ser alimentado de três em três horas, mas nunca chorava à noite para mamar. Eu é que tinha de acordá-lo. Também nunca tinha cólicas e ficava em silêncio no berço por horas, olhando para o teto. Quando tinha febre ou dor, respirava com dificuldade e essa era a única maneira de saber que estava doente. Um dia, quando ele tinha 4 meses, eu o coloquei no berço, liguei uma música e comecei a arrumar o quarto. Como tinha o hábito de conversar com ele, fui falando e, sem pensar, me peguei dizendo ‘Você não dá trabalho mesmo, hein, filho? Será que há algo errado?’. Foi a primeira vez que cogitei a hipótese de ele ter um problema.
Aos 6 meses, Nicolas olhou para mim e disse sua primeira palavra: ‘Tata’. Foi estranho o jeito que pronunciou as sílabas. Parecia correto demais. Achei que novas palavras viriam em seguida, como ‘mamãe’, ‘papai’, mas ele só voltou a falar no ano seguinte. Aos 9 meses, aprendeu a andar. Esse sinal de desenvolvimento, no entanto, contrastava com a sua falta de reação a estímulos: não respondia a barulhos — a menos que fossem fortes e inesperados, o que o fazia chorar muito —, não dava atenção a pessoas que falavam com ele — para agonia das avós — e nem se mexia quando ganhava um brinquedo novo. Isso me levou a buscar na internet informações sobre autismo. Ele era pequeno demais para mostrar os sintomas clássicos, mas mesmo assim mencionei o assunto com meu marido, Alexsander, e depois com a pediatra. Alex me chamou de doida e a médica, de ‘mãe de primeira viagem’. Para reforçar, disse: ‘Seu filho é o bebê mais lindo que já vi, fique tranquila’. Aquilo não me acalmou, mas me fez pensar que talvez eu estivesse exagerando. Naquela noite, além do autismo, pesquisei também sobre uma síndrome que faz as mães fingirem que os filhos estão doentes para chamar a atenção para si. Mas eu não me via nas descrições. O que via, a cada noite de insônia passada em frente ao computador, eram semelhanças entre as atitudes de Nicolas e o autismo.
Crianças autistas podem ter pouca ou nenhuma interação com o mundo à sua volta, costumam ter fixação por assuntos específicos, têm raciocínio lógico (mas, muita vezes, inflexível) e parecem escutar apenas quando algo lhes interessa. Não há uma causa definida para a doença, mas a influência genética atualmente já é comprovada por estudos e aceita pelos médicos. Com 1 ano, Nicolas seguia regras sem contestá-las e aprendia com facilidade a diferença entre o certo e o errado. Com 1 ano e meio, expliquei a ele uma única vez como se usava o banheiro e, a partir desse dia, ele nunca mais usou fraldas. Outra coisa que ficou clara na época foi a sua paixão por objetos que giram. Ele ia sozinho até a lavanderia para assistir ao ciclo da máquina de lavar e, como também adorava o ventilador, costumava sentar-se atrás dele — eu o havia proibido de ficar de frente para o vento e ele nunca desobedecia. Quanto à fala, começou repetindo frases de desenhos animados. Ele não criava frases próprias e nem respondia às conversas. Tanto que minha mãe chegou a suspeitar que fosse surdo. Um dia, quando ela foi nos visitar, fiz o teste e falei baixinho: ‘Nicolas, olha para cá agora senão vou ficar chateada’. Ele, que estava brincando bem afastado de nós, largou o brinquedo e olhou.
Quando Nicolas completou 2 anos e meio, decidi levá-lo a uma psicóloga. Em quatro sessões, ela o diagnosticou como retardado mental e disse que jamais frequentaria a escola. Discordei, pois, em casa, ele agia com esperteza, só que do seu jeito. Ela tentou me consolar: ‘Sei que é difícil ouvir isso, você vai entrar em negação’. Depois disso, voltei a abordar o assunto com a pediatra, mas ela insistia que ele era perfeitamente normal. Troquei de médico e ouvi a mesma coisa. Quando meu filho já tinha 3 anos, tentei uma segunda psicóloga. Dessa vez foi pior. Nicolas, dizia, era mimado. ‘Quando vocês pararem de superprotegê-lo, ele vai se desenvolver’. Tentamos colocar Nicolas na escolinha, mas ele chorava do momento em que o deixávamos à hora da saída.
O diagnóstico definitivo só viria quase um ano depois, infelizmente, por causa de uma doença. Aos 3 anos e 8 meses, Nicolas desenvolveu uma inflamação nos vasos sanguíneos chamada Púrpura de Henoch-Schönlein, que pode levar à morte. Numa noite, descobrimos um hematoma que cobria quase toda sua nádega e piorava de hora em hora. Eu perguntava sobre tombos, batidas, mas não conseguia arrancar dele nem um ‘sim’ ou ‘não’, suas respostas habituais. No consultório, assim que o médico o apalpou, Nicolas começou a gritar: ‘Ai meu Deus, que dor!’, com a mãozinha apoiada sobre a barriga. Houve correria na clínica quando o pediatra, que estava calmo até aquele instante, ordenou a uma das enfermeiras: ‘Corre e prepara 20 ml de ...’. Nessa hora, não escutei mais nada. Segurei a mão de Nicolas e tentei consolá-lo, mas, na verdade, pensava também em mim. Tive uma infância difícil numa casa com seis irmãos, e só consegui sair da pobreza depois de trabalhar e estudar muito. Naquela época, eu e meu marido cuidávamos de nossa escola de inglês juntos e havíamos chegado a um patamar confortável de vida. Aquela era a fase mais feliz da minha vida e a crise me fez ter medo de perder tudo.
Por causa da dor, Nicolas foi sedado. Ele despertou algumas horas depois, mas já estava irreconhecível. Seu rosto não tinha expressão, seus olhos não se cruzavam com os meus e ele estava mudo. Quando eu o pegava no colo, ele não se encaixava em mim, era como um peso morto. Nicolas sempre foi diferente dos demais, mas tínhamos uma conexão. Naquele dia, no entanto, ele parecia vazio. Pensar que não havia ninguém dentro daquele corpinho me fez ter vontade de morrer. Voltei para casa em luto, com a sensação de ter perdido um filho. Nessa época, passei a dormir cerca de quatro horas por noite e, quando conseguia adormecer, tinha pesadelos. Em um deles, Nicolas ia correndo para bem longe de mim e eu tentava alcançá-lo. Em outro, ele parava ao meu lado num jardim e gritava ‘Mamãe!’, mas eu não o ouvia.
Iniciamos uma nova maratona médica e, por causa do tempo que as visitas tomavam, decidimos que meu marido pararia de trabalhar. Alexsander, então, já dividia minha suspeita — a essa altura uma certeza — de que nosso pequeno fosse autista, mas por tristeza e cansaço, paramos de falar antes de os médicos darem um parecer. Tudo mudou no dia em que entramos no consultório de uma psiquiatra e, com poucos minutos de observação, ela disse: ‘Vocês já ouviram falar em autismo?’. ‘Sim’, respondemos em coro. ‘Me falem sobre o Nicolas’. E isso foi a melhor coisa que nos aconteceu.
Fomos encaminhados a um hospital em São Paulo pioneiro na área e ali tivemos o diagnóstico definitivo. É estranho falar em alívio quando alguém confirma que seu filho tem um problema sério, mas foi o que senti. Finalmente, três anos depois das minhas primeiras suspeitas, eu poderia tratá-lo com propriedade. Saímos do hospital confiantes de que, agora, a medicina nos ajudaria.
NICOLAS, HOJE, AOS 13 ANOS
Mas a experiência com os psiquiatras foi frustrante, pois eles não se interessavam pela rotina do Nicolas. Apenas se limitavam a fazer perguntas sobre suas crises de ansiedade e receitar remédios. Nicolas se balançava, sacudia as mãos e às vezes mordia a parte interna da boca até sangrar, por isso a indicação de medicá-lo. Essa época foi difícil, porque os especialistas nos diziam que a criança autista vive em um mundo à parte e a família deve apenas deixá-lo mais confortável.
Eles não viam relação entre a crise de Púrpura e o mutismo dele, apenas diziam que era normal um autista não se comunicar. Eu ouvia isso e não aceitava a ideia de nunca mais ouvir a voz de Nicolas. Meu marido também sofria com a situação.
Em uma das nossas primeiras visitas ao hospital, Alexsander ficou tão assustado que apertou a minha mão até machucar. Enquanto esperávamos para ser atendidos, conversei com uma das mães na sala. Ela era bonita, bem vestida e acompanhava seu filho de 16 anos, portador de Síndrome de Asperger, uma das variantes do autismo. O garoto era espontâneo e logo começou a falar sobre carros, sua paixão. Vendo mãe e filho interagindo com tanto carinho, desejei isso para o futuro de Nicolas, que vivia em total silêncio. Foi então que veio o choque. Em um momento da conversa, ela me contou que o marido não havia suportado a pressão da doença e havia se suicidado alguns anos antes. Meu coração quase parou quando olhei para meu próprio marido, nervoso naquela sala, sem saber se Nicolas voltaria a se comunicar.
Nosso plano foi insistir nos estímulos, de todos os tipos. Eu tirava duas horas do dia para tentar entrar nas brincadeiras de Nicolas, falar sobre coisas que ele conhecia e gostava, chamar o seu olhar para o meu. Foram meses difíceis, porque eu não tinha nenhuma resposta da parte dele. Ao mesmo tempo, os profissionais que consultávamos nos davam perspectivas deprimentes. Enquanto uns diziam que Nicolas não era autista, outros diziam que ele era e não havia nada a fazer — a não ser medicar sua ansiedade. Eu lia estudos conduzidos nos Estados Unidos e entendia que o autismo tem muitas questões sem respostas, mas que ‘nada’ não era uma boa opção de tratamento.
Quando ele tinha 4 anos e meio, tive a ideia de levá-lo a um carrossel, coisa que ele adorava quando era menor. Comprei a ficha, coloquei Nicolas em um dos cavalinhos e fui para o lado de fora vê-lo girar. Depois da primeira volta, surpresa: Nicolas me olhou de relance, meio de lado, e levantou o cantinho dos lábios num quase sorriso. Meu coração pulou de alegria. Finalmente uma reação! Meu filho me olhava depois de um ano de isolamento. E continuou me olhando, meio de lado, meio sorrindo, a cada volta que dava. Quando o brinquedo parou, corri para comprar outra ficha e pedi para subir com ele no carrossel. Fiquei ao lado dele falando no seu ouvido, dizia que sentia sua falta, que gostaria de ver um filme com ele quando chegássemos em casa. Voltamos ao carrossel no dia seguinte e também no fim de semana, dessa vez com o meu marido, que na época estava de volta ao trabalho. Quando, na primeira volta, Nicolas nos olhou de cima do seu cavalinho, Alex disse: ‘Ele vai voltar, amor’. Choramos juntos.
Em menos de um ano, Nicolas estava falando novamente. Acho que, por algum bloqueio, não consigo lembrar o dia exato em que ele disse sua primeira palavra. Às vezes recebíamos apenas um ‘sim’ ou ‘não’ com a cabeça, mas era um começo. Com o tempo, ele voltou a repetir frases de filmes e se comunicava por meio delas. Também usava algumas expressões que só nós entendíamos, então fazíamos a ponte entre ele e o resto da família e os amigos. Com algumas adaptações, o convívio foi se tornando possível de novo. Quando ele tinha quase 6 anos, conseguimos uma bolsa para uma escola especializada em autismo em São Paulo, e os avanços foram incríveis. Já no primeiro dia de escola, Nicolas aprendeu a se vestir sozinho. Durante seis meses, frequentou duas escolas: a especial e uma regular, onde fez adaptação para uma sala do 1o ano. Meu marido dirigia com ele até a capital de manhã, às vezes enfrentando duas horas de trânsito, aguardava a aula terminar e voltava com ele para Jandira, onde ele estudava à tarde.
NICOLAS ADORA VIDEOGAME E SABE DE COR O ANO DE TODOS OS LANÇAMENTOS DE MARIO BROS. E SONIC
Por ter o raciocínio linear e muitas vezes ser inflexível, Nicolas se recusa a fazer dever de casa, por exemplo. Ele diz que ‘a escola é para estudar, e a casa para descansar’. Então, as professoras passam os deveres na escola mesmo, e ele os faz antes de voltar para casa. Essa maneira de pensar já rendeu situações engraçadas, como a vez em que ele deixou vários exercícios de matemática em branco porque o livro trazia a pergunta ‘Você aceita um desafio?’. Ele respondeu ‘Não’ e deu a tarefa por acabada.
Com 8 anos de idade, as frases repetidas de filmes deram lugar aos nossos primeiros diálogos, com perguntas, respostas e réplicas. Aos 10 anos, teve a sua fase dos porquês. E hoje, aos 13 e no 8o ano, estamos treinando em casa como expressar emoções e ser simpático com os outros, para evitar os ‘sincericídios’ naturais dele, como dizer que odiou a comida. Quem conversa com ele percebe a diferença em relação às outras crianças. Ele fala pausado, raramente começa uma conversa por conta própria e tem um sentido muito rígido do que é certo e errado. Se alguém fala palavrão e ele quer comentar o caso, repete a história, mas diz ‘palavrão’ no lugar de cada expressão grosseira. Ele balança as mãos, anda pela casa sem direção e exige que as pessoas cumpram todas as suas promessas, mesmo as mais banais. Mas conseguimos muitos progressos. Tanto que hoje ele dá palestras em escolas e em grupos de estudos explicando como vê o mundo.
No ano que vem, Nicolas quer paquerar. Depois, quem sabe, arranjar uma namorada. Há dois anos, ele aprendeu a dividir suas coisas com o novo irmão, Guilherme, um sobrinho de 15 anos, que adotamos depois que minha irmã morreu. Ainda é cedo para dizer se ele vai conseguir terminar o ensino médio e fazer vestibular, mas Nicolas adora videogame — especialmente os jogos do Mario Bros. Ele até cita as datas de lançamento com precisão enciclopédica — e diz que gostaria de seguir uma carreira na área de games. Nesses mais de dez anos de luta, percebi que o Brasil avançou no diagnóstico e no tratamento do autismo. No campo pessoal, vi meu esforço recompensado. A história dele me inspira tanto que decidi escrever um livro, Meu filho ERA autista, publicado de forma independente no início deste ano.
TEXTO RETIRADO DA REVISTA MARIE CLAIR
09/06/2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
Osteopatia Tratando Autista e dando Resultado
Como pode a Terapia Sacro-Craniana ajudar no tratamento do autismo?
A Terapia Sacro-Craniana (TSC) tem demonstrado, através da diminuição do esforço e da tensão estruturais do seu Sistema Nervoso Central, poder ajudar os autistas, quer a descobrirem o mundo em torno deles, quer a reconhecerem o seu papel dentro dele.
Até agora não é conhecida nenhuma causa para o Espectro Autista (EA). Estima-se que a desordem do EA afecte uma criança em cada 150 nascimentos e que a sua taxa de diagnóstico esteja a aumentar de 10 a 17 por cento todos os anos.
Actualmente o EA é considerado uma inabilidade de desenvolvimento humano intelectual e social com origem em desordens biológicas e/ou neurológicas que afectam o desenvolvimento do cérebro.
O método recente de tratamento do autismo criado pelo Dr. John Upledger, responsável pela implementação e divulgação da Terapia Sacro-Craniana pelo mundo, é baseado na sua experiência a trabalhar com crianças autistas e nos resultados apresentados depois do tratamento. Pesquisas efectuadas na Universidade Johns Hopkins, nos EUA, comprovaram a existência de " níveis aumentados de cytokines pro-inflamatórios, activação neuroglial e alterações de indicadores inflamatórios” no líquido céfalo-raquidiano (LCR) dos pacientes autistas. De uma forma simplista, o EA é causado parcialmente por uma perda de flexibilidade, e pela provável inflamação, das camadas de membranas em redor do cérebro.
Esta situação pode criar forças restritivas nos tecidos cerebrais que por sua vez provocam uma tensão adversa nos núcleos hipotálamicos, do Sistema de Reticular e do Sistema Nervoso Autónomo; hiper-excitação e hipersensibilidade dos neurónios, das células gliais e das estruturas neurológicas; mudança anormal da pressão dentro dos tecidos do cérebro; influência adversa no Sistema Límbico (emocional); resposta hiperactiva do Sistema Imunológico (do Sistema Nervoso Central); congestionamento e toxicidade dos tecidos do cérebro; e o comprometimento do Sistema Endócrino.
O que é entendido e observado como um comportamento típico de desordem de EA nos relacionamentos sociais, na comunicação e no pensamento imaginativo, podem ser os efeitos do caos interno - criados pelo aperto e pela irritação anormais das membranas no cérebro. Combinar esta tensão enorme, criada por um recipiente cerebral anormalmente inflexível, com um processo inflamatório, pode confinar o cérebro a uma complicada agitação biomecânica e bioquímica.
O ponto de vista da TSC no tratamento do EA
O objectivo da Terapia Sacro-Craniana visa aumentar o movimento equilibrado:
· das camadas de membranas que envolvem o cérebro
· dos fluidos (sangue e LCR) na sua circulação de e para o crânio, e por entre os tecidos do cérebro e da espinal medula;
· das áreas do corpo que não mostram uma resposta normal ao Ritmo Sacro-Craniano, que podem dificultar o funcionamento do Sistema Sacro-Craniano e do cérebro.
Num indivíduo que sofre de desordem do EA, a terapia inicia-se frequentemente no crânio para encontrar uma área que tenha uma maior resposta ao movimento ao Ritmo Sacro-Craniano. Para poder criar um maior movimento nesta área aplicam-se técnicas manuais suaves e indolores de libertação das restrições e de bombeamento dos fluidos.
O aumento do movimento é usado como uma ferramenta biomecânica dinâmica - uma mão é usada para continuar a aumentar o movimento e dirigir o fluxo fluido, enquanto a outra mão é usada para incentivar o movimento nas áreas “presas”. Pouco a pouco, as pequenas alterações criam mudanças maiores que activam a mobilidade do recipiente cerebral (o Sistema Sacro-Craniano).
O aumento do movimento das membranas em torno do cérebro ajudam a levar as toxinas e a inflamação para fora dos tecidos do cérebro. Logo que este processo tenha inicio, melhora naturalmente o processamento bioquímico, que por sua vez aumenta a função dos neurónios e ligações neurológicas.
O aumento da mobilidade das membranas em torno dos tecidos cerebrais e dos fluidos cranianos ajudam a diminuir as tensões anormais tensões a que o cérebro esteve sujeito. Isto dá às células do cérebro uma maior facilidade em processar e reagir a todo o tipo de informação. Tal como Donna Williams diz no seu livro, “Autism: An Inside-Out Approach “- " Quando eu era uma criança, os meus sentidos não trabalhavam bem e a minha resposta à luz, ao som e ao toque não eram sem sentido, mas sim demasiado agudos. Eu não só não compreendia o mundo, como igualmente não conseguia estar nele." A TSC pode delicadamente ajudar as pessoas que sofrem de desordem de EA a encontrarem novos níveis de tolerância, de compreensão e de resposta dentro deles próprios e para com o mundo que os rodeia.
Muito embora este artigo se centre no cérebro, a Terapia Sacro-Craniana é dirigida ao corpo inteiro, uma vez que restrições dos tecidos em qualquer lugar podem afectar as membranas que envolvem o Sistema Nervoso Central. A TSC ajuda a aumentar o bem-estar do corpo e dos seus mecanismos de compensação, ao facilitar a função neurológica. Isto, por sua vez, pode melhorar a estrutura e a função do corpo no seu conjunto, e desse modo ajudar a corrigir a disfunção de todos os sistemas envolvidos na desordem do EA., sejam eles o sistema digestivo, cardíaco, endócrino, imunitário, etc., etc.
A Terapia Sacro-Craniana combina igualmente bem e melhora o desempenho de outras terapias que as pessoas afectadas pelo autismo possam estar a utilizar, como a Manipulação Visceral, a Terapia de Integração Sensorial, a Terapia de Desenvolvimento Neuronal, a Terapia da Fala, a Terapia Ocupacional, a Fisioterapia, os programas da dieta, os programas de desintoxicação, a Homeopatia e outros. Ao trabalhar com uma criança, é muito útil manter um programa consistente de TSC, uma vez que há uma tendência para que as membranas de uma criança com EA “apertem” devido ao crescimento natural da mesma.
A TSC é um caminho para a correcção do Sistema Nervoso
A Terapia Sacro-Craniana é suave e abraça cada autista como um caso único. Através deste conceito e de técnicas suaves e delicadas, podem ser iniciadas mudanças. A TSC pode ajudar o cérebro a diminuir os níveis anormais de inflamação, de irritabilidade sensorial, de tensão, de toxicidade e de caos. Isto pode conduzir a uma maior facilitação e eficiência no funcionamento do Sistema Nervoso, que se manifesta frequentemente numa redução dos sintomas de EA.
Publicada por
Dora Franco - Osteopatia, B.Sc., _
A Terapia Sacro-Craniana (TSC) tem demonstrado, através da diminuição do esforço e da tensão estruturais do seu Sistema Nervoso Central, poder ajudar os autistas, quer a descobrirem o mundo em torno deles, quer a reconhecerem o seu papel dentro dele.
Até agora não é conhecida nenhuma causa para o Espectro Autista (EA). Estima-se que a desordem do EA afecte uma criança em cada 150 nascimentos e que a sua taxa de diagnóstico esteja a aumentar de 10 a 17 por cento todos os anos.
Actualmente o EA é considerado uma inabilidade de desenvolvimento humano intelectual e social com origem em desordens biológicas e/ou neurológicas que afectam o desenvolvimento do cérebro.
O método recente de tratamento do autismo criado pelo Dr. John Upledger, responsável pela implementação e divulgação da Terapia Sacro-Craniana pelo mundo, é baseado na sua experiência a trabalhar com crianças autistas e nos resultados apresentados depois do tratamento. Pesquisas efectuadas na Universidade Johns Hopkins, nos EUA, comprovaram a existência de " níveis aumentados de cytokines pro-inflamatórios, activação neuroglial e alterações de indicadores inflamatórios” no líquido céfalo-raquidiano (LCR) dos pacientes autistas. De uma forma simplista, o EA é causado parcialmente por uma perda de flexibilidade, e pela provável inflamação, das camadas de membranas em redor do cérebro.
Esta situação pode criar forças restritivas nos tecidos cerebrais que por sua vez provocam uma tensão adversa nos núcleos hipotálamicos, do Sistema de Reticular e do Sistema Nervoso Autónomo; hiper-excitação e hipersensibilidade dos neurónios, das células gliais e das estruturas neurológicas; mudança anormal da pressão dentro dos tecidos do cérebro; influência adversa no Sistema Límbico (emocional); resposta hiperactiva do Sistema Imunológico (do Sistema Nervoso Central); congestionamento e toxicidade dos tecidos do cérebro; e o comprometimento do Sistema Endócrino.
O que é entendido e observado como um comportamento típico de desordem de EA nos relacionamentos sociais, na comunicação e no pensamento imaginativo, podem ser os efeitos do caos interno - criados pelo aperto e pela irritação anormais das membranas no cérebro. Combinar esta tensão enorme, criada por um recipiente cerebral anormalmente inflexível, com um processo inflamatório, pode confinar o cérebro a uma complicada agitação biomecânica e bioquímica.
O ponto de vista da TSC no tratamento do EA
O objectivo da Terapia Sacro-Craniana visa aumentar o movimento equilibrado:
· das camadas de membranas que envolvem o cérebro
· dos fluidos (sangue e LCR) na sua circulação de e para o crânio, e por entre os tecidos do cérebro e da espinal medula;
· das áreas do corpo que não mostram uma resposta normal ao Ritmo Sacro-Craniano, que podem dificultar o funcionamento do Sistema Sacro-Craniano e do cérebro.
Num indivíduo que sofre de desordem do EA, a terapia inicia-se frequentemente no crânio para encontrar uma área que tenha uma maior resposta ao movimento ao Ritmo Sacro-Craniano. Para poder criar um maior movimento nesta área aplicam-se técnicas manuais suaves e indolores de libertação das restrições e de bombeamento dos fluidos.
O aumento do movimento é usado como uma ferramenta biomecânica dinâmica - uma mão é usada para continuar a aumentar o movimento e dirigir o fluxo fluido, enquanto a outra mão é usada para incentivar o movimento nas áreas “presas”. Pouco a pouco, as pequenas alterações criam mudanças maiores que activam a mobilidade do recipiente cerebral (o Sistema Sacro-Craniano).
O aumento do movimento das membranas em torno do cérebro ajudam a levar as toxinas e a inflamação para fora dos tecidos do cérebro. Logo que este processo tenha inicio, melhora naturalmente o processamento bioquímico, que por sua vez aumenta a função dos neurónios e ligações neurológicas.
O aumento da mobilidade das membranas em torno dos tecidos cerebrais e dos fluidos cranianos ajudam a diminuir as tensões anormais tensões a que o cérebro esteve sujeito. Isto dá às células do cérebro uma maior facilidade em processar e reagir a todo o tipo de informação. Tal como Donna Williams diz no seu livro, “Autism: An Inside-Out Approach “- " Quando eu era uma criança, os meus sentidos não trabalhavam bem e a minha resposta à luz, ao som e ao toque não eram sem sentido, mas sim demasiado agudos. Eu não só não compreendia o mundo, como igualmente não conseguia estar nele." A TSC pode delicadamente ajudar as pessoas que sofrem de desordem de EA a encontrarem novos níveis de tolerância, de compreensão e de resposta dentro deles próprios e para com o mundo que os rodeia.
Muito embora este artigo se centre no cérebro, a Terapia Sacro-Craniana é dirigida ao corpo inteiro, uma vez que restrições dos tecidos em qualquer lugar podem afectar as membranas que envolvem o Sistema Nervoso Central. A TSC ajuda a aumentar o bem-estar do corpo e dos seus mecanismos de compensação, ao facilitar a função neurológica. Isto, por sua vez, pode melhorar a estrutura e a função do corpo no seu conjunto, e desse modo ajudar a corrigir a disfunção de todos os sistemas envolvidos na desordem do EA., sejam eles o sistema digestivo, cardíaco, endócrino, imunitário, etc., etc.
A Terapia Sacro-Craniana combina igualmente bem e melhora o desempenho de outras terapias que as pessoas afectadas pelo autismo possam estar a utilizar, como a Manipulação Visceral, a Terapia de Integração Sensorial, a Terapia de Desenvolvimento Neuronal, a Terapia da Fala, a Terapia Ocupacional, a Fisioterapia, os programas da dieta, os programas de desintoxicação, a Homeopatia e outros. Ao trabalhar com uma criança, é muito útil manter um programa consistente de TSC, uma vez que há uma tendência para que as membranas de uma criança com EA “apertem” devido ao crescimento natural da mesma.
A TSC é um caminho para a correcção do Sistema Nervoso
A Terapia Sacro-Craniana é suave e abraça cada autista como um caso único. Através deste conceito e de técnicas suaves e delicadas, podem ser iniciadas mudanças. A TSC pode ajudar o cérebro a diminuir os níveis anormais de inflamação, de irritabilidade sensorial, de tensão, de toxicidade e de caos. Isto pode conduzir a uma maior facilitação e eficiência no funcionamento do Sistema Nervoso, que se manifesta frequentemente numa redução dos sintomas de EA.
Febre durante a gravidez pode dobrar riscos de autismo no bebê, diz estudo
Medicamentos para tratar a condição na gestação podem prevenir o atraso de desenvolvimento da criança
Uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriu que mães quem têm febre durante a gravidez podem ter duas vezes mais chances de ter um filho com autismo
ou atraso de desenvolvimento. Os pesquisadores alertam que mulheres
grávidas que apresentarem febre precisam procurar um médico e tomar a
medicação adequada.
Os resultados são baseados em dados de um grande estudo conhecido como Childhood Autism Risk from Genetics and the Environment
(CHARGE), que inclui mais de mil crianças entre dois e cinco anos e
suas respectivas mães. O estudo mostrou que a febre de qualquer causa
durante a gravidez foi mais provável de ser relatada por mães de
crianças com autismo (chance 2,12 vezes maior) ou atraso de
desenvolvimento (2,5 vezes maior probabilidade), em comparação com mães
de crianças que estavam se desenvolvendo normalmente.
Os pesquisadores sugerem que o
uso de medicação para tratar a febre durante a gestação pode ajudar a
prevenir o aparecimento de autismo na criança. Segundo eles, quando as
pessoas são infectadas por bactérias ou vírus, o corpo geralmente reage
com a febre, que é uma resposta de cura que envolve a libertação de
moléculas chamadas citocinas pró-inflamatórias, que vão para a corrente
sanguínea. Algumas citocinas são capazes de atravessar a placenta e,
portanto, atingir o sistema nervoso central do feto, potencialmente
alterando o desenvolvimento do cérebro. Eles também lembram que a febre
crônica é mais comum em mães com anormalidades metabólicas, como
diabetes e obesidade. No entanto, mais investigação é necessária para
identificar os caminhos por meio dos quais a inflamação pode alterar o
desenvolvimento cerebral.
Combata inimigos que podem aumentar chances de autismo
Outros estudos também apontam a
relação entre problemas na gestação e autismo. Outro estudo desenvolvido
na Universidade da Califórnia (EUA), por exemplo, apontou que mulheres
que apresentam obesidade, diabetes ou pressão alta durante a gravidez
podem ser mais propensas a ter filhos com autismo. A pesquisa incluiu
1.004 crianças com idades entre dois e cinco anos e suas respectivas
mães.
Durante a gravidez, o sistema imunológico da mulher é responsável por
manter sua saúde e ainda garantir que o bebê tenha o desenvolvimento
adequado. Por isso, ao longo dos nove meses, o pré-natal e outros
cuidados especiais precisam ser seguidos à risca para evitar uma série
de inconvenientes. Para passar longe dos perigos, veja as dicas da
coordenadora do setor de Ultrassonografia Viviane Lopes, do Laboratório
Femme.
domingo, 10 de junho de 2012
Protocolo DAN
Para entendermos o que esse protocolo sugere primeiramente temos que entender que o autismo, como vimos no post da palestra da Dra Geórgia, não é visto mais com uma síndrome que ataca apenas a comunicação, o interesse e a sociabilidade da pessoa mas ataca também seu sistema orgânico.
Sistema orgânico é um grupo de órgãos que juntos executam determinada tarefa como, por exemplo, o sistema digestivo (responsável pela transformação do alimento em nutrientes para o organismo, alguns de seus ógãos são o estômago, a boca e o intestino), respiratório , nervoso, dentre outros.
Para os pesquisadores chegarem a essa conclusão, a definição de autismo e sua origem e passaram por várias pessoas e teorias.
Em 1943, Leo Kanner descreveu o autismo como uma psicose infantil ao analisar um grupo de crianças gravemente lesadas com características comuns, na qual a que mais chamava a sua atenção era a falta da capacidade de se relacionar.
A partir daí muito de estudou sobre a origem desta síndrome e infelizmente, na década de 50, Bruno Bettelhein apresentou a ABSURDA teoria da mãe geladeira onde frieza da mãe causaria o isolamento da criança. Essa teoria gerou a separação dos pais e institucionalização precoce de muitas crianças.
Em 1969 Kanner absolve publicamente os pais de serem a causa do desenvolvimento da síndrome autística em seus filhos, propondo que o autismo seria um distúrbio inato do desenvolvimento.
A partir desses estudos, foram sendo desenvolvidas diversas técnicas utilizadas até hoje para ajudar os autistas a se desenvolverem.
IVAR LOVAAS : na década de 60 desenvolveu um programa de estimulação das crianças autistas:
Applied Behavioral Analysis (A.B.A.)
Em 1972 nos Estados Unidos é reconhecido o programa TEACCH – The Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children ( em português: Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados com a Comunicação) criado por Eric Schopler Professor de psicologia e diretor desse programa da Universidade da Carolina do Norte até 1994. Um dos pontos principais desse método é a colaboração entre equipe educadora e a família.
A partir de 1980 com a 3ª edicão do Manual Diagnóstico e Estatístico (DSM III) é introduzido o capitulo dedicado a Distúrbio Generalizado do Desenvolvimento no qual o autismo passa a estar.
Porém, Bernard Rimland, médico, cientista, pai e estudioso, não se conformava com a visão limitada da sociedade médica que tratava o autismo como uma doença mental. Na década de 60 fundou o Autism Research Institute (Instituto de Pesquisas no Autismo) e a partir de 1980 junto com mais 2 médicos, Sidney Baker e John Pangborn, deu origem ao movimento DAN!
O que quer dizer DAN? Do inglês, Defeat Autism Now ou seja Derrote o Autismo Agora.
Então vamos entender melhor a visão do protocolo Dan. Para resumir a história, tem uma frase que gostamos muito que traduz tudo o que explicaremos detalhadamente logo mais: “ Autismo não está somente na cabeça” Na visão DAN, o comportamento dos autistas são desencadeados por falhas no processo metabólico de cada indivíduo envolvendo seu sistemas orgânicos imunológico, endócrino e intestinal.
Essas falhas estão relacionadas a exposição das pessoas propensas a ter autismo ao meio ambiente e suas exposições químicas como vimos nesse post. Estudos comprovam que o número de autistas aumentou e vem aumentando e isso nada tem a ver com a falta de diagnóstico no passado e sim a alta exposição do nosso corpo a malefícios gerados pelo impacto bioquímico gerados no meio ambiente através de toxinas, viroses, metais pesados, antibióticos, alterações imunes ou a combinação de todos eles.
A conclusão de que o amiente influencia e muito na causa do autismo está cada vez mais clara e aceita mundialmente. Vejam exemplos dessas inflências nas figuras abaixo:
Sabermos dessas pesquisas além de nos dar um norte para sabermos o que fazer, nos´mostra a luz no fim do túnel: AUTISMO É TRATÁVEL!
Bom, o que o protocolo DAN sugere?
Partindo desse princípio de que o transtorno é tratável, a primeira coisa que um médico especialista DAN (já existem alguns no Brasil) vai fazer é pedir a realização de exames específicos de sangue, urina, fezes e mineralograma.
Através desses exames, esses médicos especializados analisam as necessidades do paciente e começam um tratamento educacional intensivo e tentam superar esses problemas que variam de pessoa para pessoa.
Alguns exemplos desses problemas são excesso de metais no organismo; déficit de determinadas vitaminas, aminoácidos e sais minerais, hormônios; alergias e intoxicação alimentar, inflamações.
Vamos entender melhor então as causas apontadas pelo método DAN para uma pessoa ter autismo:
stress oxidativo: excesso de radicais livres no organismo. Em nosso organismo, ocorre a formação de radicais livres derivados do oxigênio em vários processos metabólicos, exercendo um papel importante no funcionamento do corpo humano. Eles são responsáveis pelo transporte de elétrons na cadeia respiratória e, em alguns tipos de células, têm a capacidade de eliminar bactérias invasoras. Os radicais livres passam a ter um efeito prejudicial ao nosso organismo quando ocorre um aumento excessivo na sua produção ou diminuição de agentes oxidantes. Os radicais livres agem sobre as células, alterando suas membranas e dando-lhes um aspecto de células velhas que, normalmente, seriam eliminadas pelo sistema imunológico do organismo. No entanto, quando a quantidade de células alteradas é aumentada pelo excesso de radicais livres e quando, devido ao envelhecimento cronológico do organismo, há diminuição do sistema imunológico, o organismo não consegue eliminar as células alteradas. Assim, algumas dessas células sobrevivem e começam a funcionar de maneira inadequada, alterando a fisiologia do tecido, do órgão e de todo o organismo. Como essas células podem ter seu código genético alterado, multiplicam-se desordenadamente, propiciando o aparecimneto de tumores, doenças pulmonares, cataratas entre outras.
Metilação inadequada: A metilação consiste na transferência de grupos metilo a algumas das bases citosinas (C) do DNA situadas previa e contiguamente a uma guanina (G). Visto que a metilação é fundamental na regulação do “silenciar” dos genes, pode provocar alterações na transcrição genética sem necessidade de que se produza uma alteração na sequência do DNA, sendo um dos mecanismos responsáveis pela plasticidade fenotípica ou seja, a capacidade do indivíduo em suportar as mudanças do meio em que vive. O ciclo metilação é essencial para um número de reações críticas no corpo. Uma conseqüência da debilidade genética (mutações) nessa trajetória é o aumento de fatores de risco que levam a um número de condições sérias de saúde. Defeitos na metilação tem fundamentos apropriados para mais ataques de agentes infecciosos e ambientais resultando numa enorme variação de condições incluindo o diabetes, doença cardiovascular, disfunção da tireóide, função imune incorreta, defeitos nos tubos neurais, síndrome de down, esclerose múltipla, doença de huntington, mal de parkinson, mal de Alzheimer, bem como o autismo, dentre outras doenças. Metilação também está diretamente relacionada aos níveis de neurotransmissores; metilação de intermediários no metabolismo triptofano pode afetar os níveis de serotonina e os intermediários da trajetória de metilação também são compartilhados com a trajetória envolvida na síntese verdadeira de serotonina e dopomina. Além do seu papel direto como neurotransmissor, a dopomina está envolvida em metilar phospholipids nas membranas da célula para aumentar a fluidez da membrana. A fluidez da membrana é importante para uma variedade de funções incluindo a sinalização adequada do sistema imune bem como a de proteger os nervos de danos. Nos nossos sistemas orgânicos a metilação é catalisada por enzimas; tais metilações podem estar envolvidas na modificação de metais pesados, regulação de expressão gênica (processo pelo qual a informação hereditária contida em um gene, tal como a seqüência de DNA), regulação de funções de proteínas (estrutural ou plástica, hormonal, defesa (anticorpos), energética, enzimática, condutoras de gases) e metabolismo de RNA (transmissão da informação genética)
Distúrbios de sulfatação: Para reduzir a possibilidade de uma substância desencadear uma resposta tóxica, o organismo apresenta mecanismos de defesa que buscam diminuir a quantidade da mesma, que chega de forma ativa ao tecido alvo assim como, diminuir o tempo de permanência desta em seu sítio de ação. Para isso, é necessário diminuir a difusibilidade do toxicante e aumentar a velocidade de sua excreção. A propriedade física que facilita a absorção de muitos xenobióticos ( compostos químicos estranhos a um organismo ou sistema biológico.) através da pele, pulmões e trato gastrintestinal – denominada lipofilicidade – constitui um obstáculo à sua eliminação, porque as substâncias lipofílicas podem ser reabsorvidas e tendem a se acumular no organismo. Os compostos hidrofílicos, por sua vez, apresentam absorção mais precária, porém, são facilmente excretados pelos rins. Conseqüentemente, a eliminação de um xenobiótico, freqüentemente, depende de sua conversão para compostos hidrossolúveis através de um processo conhecido como biotransformação, o qual é catalisado por enzimas presentes no fígado e em outros tecidos.
A sulfatação é um processo de biotransformação e serve para excretar os compostos estranhos sejam eles pela quantidade elevada de uma certa substância no organismo, ou provindas de agentes poluentes e infelizmente vindas de nossos alimentos e até mesmo da água que bebemos. Esses compostos são na maioria das vezes excretados na urina das pessoas típicas mas nos autistas a biotransformação (sulfatação é um desses processos de biotransformação) é feita de maneira deficiente ou inadequada e os excessos permancem em seus corpos intoxicando-os.
A partir desse contexto todo de que o autismo não está só na cabeça, o objetivo formal do movimento DAN é “se dedicar na exploração, validação e disseminação de intervenções biomédicas cientificamente documentadas para indivíduos dentro do espectro autístico, através da colaboração de médicos, cientistas e pais”.
O Tratamento biomédico
Nos EUA e agora no Brasil, muitos médicos tratam os autistas com protocolo DAN através do comportamento do processo metabólico de cada indivíduo. Como vimos, este método encontra as falhas, excessos, desequilíbrios que ocorrem no organismo, através de exames específicos de sangue, urina, fezes e mineralograma. O objetivo final é superar essas falhas e retirar o excesso de metais pesados no organismo como mercúrio e chumbo, que muitos acreditam ser a causa de autismo. Essa retirada é feita através da ingestão de substâncias usadas para tal e que se chama quelação. Além de verificar o excesso de metais no organismo, esses exames também podem mostrar outros problemas como déficit em vitaminas, aminoácidos e sais minerais, hormônios, alergias e intoxicação alimentar, inflamações, dentre outros.
Abaixo citaremos alguns pontos a serem analisados que podem estar afetando uma pessoa autista. A lista das mais comuns segue:
- Muitos problemas comuns relacionados com intestino
- Inflamação (inflamação cerebral de acordo com a Dra. Yasko, muito parecida com a encontrada no mal de Alzheimer e Parkinson por ex.)
- Refluxo
- Inapropriada Absorção dos Alimentos
- Disbioses do Intestino (Bactéria, fungos e cândida )
- Defeito na Sulfação
- Problemas Nutricionais
- Opióides – glúten/caseína – Leia sobre a dieta aqui
- Gastrites
- Intestino Permeável
O que pode está errado no corpo dos autistas para que isso ocorra:
- Desordens no cérebro e no intestino
- Convulsões
- Purine disorders
- Metilação com defeito ou desabilitada
- Intoxicação por Metais Pesados e problemas na desintoxicação
- Persistente presença do vírus do Sarampo
- Anticorpos Cerebrais
- Elevado Nível de Amônia
- Serotonina com Problemas
- Melatonina com Problemas (causa distúrbio no sono)
- Deficiência de Omega 3
- Testosterona Desregulada
- Dopamina com problemas
- Cromossomos com problemas (é o mais raro)
- E de acordo com a Dra. Yasko, desbalanceamento entre o glutamato e o gaba
Crianças que têm tudo isso ou multiplos problemas:
• Inflamação no intestino e/ou cérebro
• Metilação com problema
• Estress Oxidativo
• Problemas com desintoxicação.
• Anormalidades no Cérebro
• E outros (ainda não descobertos)
Cada pessoa tem uma combinação desses problemas de forma diferente. As características não são as mesmas em todos os autistas e alguns podem apresentar poucos e outros muitos ao mesmo tempo.
.
Cada ser é único e no autismo isso não é diferente. Por isso o protocolo Dan é tão recomendado. Nele, são feitos exames específicos em cada indivíduo e é trabalhada uma maneira de resolver os problemas de forma individual seja com dietas, suplementos, quelação, dentre outras.
Há muitas pesquisas e descobertas feitas diariamente sobre o autismo e o tratamento biomédico e por isso Congressos como o que fomos são tão importantes. Além de percebermos que ninguém está sozinho nesse mundo, fazemos uma rede de contatos muito especial de pessoas que estão dispostas a realmente ajudar e mostrar que o autismo parece um bicho de sete cabeças no início, quando não sabemos nada sobre espectro mas que depois ele se torna muito claro e principalmente o que não cansamos de repetir: o autismo é tratável sim.
Assinar:
Postagens (Atom)