quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Programa de comunicação alternativa para mães de autistas

Programa de comunicação alternativa para mães de autistas: adolescentes mais calmos e participativos

1 Set


O Programa de Comunicação Alternativa e Ampliada chamado ProCAAF foi analisado por duas pesquisadoras interessadas em descobrir os efeitos de programas dessa natureza no comportamento comunicativo de familiares com seus filhos autistas.

Cátia Walter e Maria Amélia Almeida, autoras da pesquisa “Avaliação de um programa de comunicação alternativa e ampliada para mães de adolescentes com autismo”, constataram mudanças no comportamento dos filhos, que se tornaram mais tranquilos e participativos. Além disso, em relação ao número de figuras utilizadas pelos filhos para comunicar algo necessário, desejado, ou mesmo para informar algo relativamente semelhante, houve avanço quanto à linguagem expressiva de pessoas com autismo, não-verbais ou sem fala funcional.

O estudo vai de encontro à constatação de estudiosos de que a adolescência de autistas exige mais cuidados da família, pois há uma tendência em aumentar os problemas de conduta. “Esse dado pode revelar a dificuldade que os pais de pessoas com autismo enfrentam mediante a falta de conhecimento de novas técnicas e tratamento que poderiam amenizar muitos dos problemas de comportamento e comunicação de adolescentes autistas”.

As pesquisadoras ressaltam que, antes da participação na pesquisa, as mães não faziam uso de nenhuma forma alternativa de comunicação em suas residências, mesmo não compreendendo seus filhos em muitos momentos descritos por elas. “Após receberem a capacitação necessária e o uso sistemático e orientado, passaram a utilizar a Comunicação Alternativa Ampliada com seus filhos, de forma independente e eficaz”.



Texto escrito por Silvana Schultze, do blog www.meunomenai.com

Para conhecer a pesquisa completa, acesse o link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382010000300008&lng=pt&nrm=iso

domingo, 4 de agosto de 2013

Artista Autista

Garota autista de três anos pinta quadros valiosos

por Suzanne Tanoue
Ela mal fala, fica irritada quando está perto de outras crianças e a imprevisibilidade do mundo a enche de medo e pânico. Mas a arte a acalmou, como se fosse uma terapia. Essa é Iris Halmshaw, que tem só três anos e foi diagnosticada com autismo em 2011, quando tinha apenas um ano de vida.
Desde então, seus pais têm feito esforços para amenizar os distúrbios da garotinha – a casa da família, localizada em Leicestershire, na Inglaterra se transformou num playground e no estúdio de Iris, que descobriu a arte quase por acidente.
Numa das tentativas para entreter a criança, sua mãe, Arabella, desenhou aqueles “homens-palito” e Iris achou graça. A avó comprou um cavalete e tintas. Iris desenhou uma linha na tela, a tinta começou a escorrer  pela página e ela começou a chorar. Arabella descobriu que o problema não era a pintura, mas o fato de que a menina não conseguia controlar a tinta. A mãe posicionou a folha de papel na mesa em vez do cavalete e imediatamente Iris encheu toda a página, quase que intuitivamente.
Iris pinta com a concentração de um pintor “profissional”. Ela pinta um pouco, dá um passo para trás e analisa seu trabalho, planejando o próximo traço. E pinta com diversas ferramentas, como esponjas, pincéis e e  até mesmo um garfo.
Um colecionador recentemente comprou dois de seus trabalhos por £1.500 cada. Os planos são de fazer uma exposição de seus quadros até novembro desse ano.
iris-painting-in-the-wildflower-garden

sábado, 6 de julho de 2013

Microbiologia e Autismo Regressivo

 
Desulfovibrio desulfuricans, microrganismo possivelmente envolvido na patogênese de autismo.Desulfovibrio desulfuricans, microrganismo possivelmente envolvido na patogênese de autismo.
Por Raquel Regina Bonelli 












O autismo regressivo é caracterizado pelo início tardio, em que a criança se desenvolve normalmente até cerca de 18 meses e depois começa a evoluir para um comportamento típico de autista com sintomas como diminuição da capacidade de linguagem e de socialização. Estima-se que cerca de um terço dos autismos diagnosticados nos dias de hoje sejam desse tipo.
Ainda que esse seja um quadro eminentemente neurológico, pesquisas recentes apontam indícios de que a microbiota intestinal pode estar relacionada com o desenvolvimento de autismo regressivo. É o que autores americanos defendem em um artigo recentemente publicado na revistaAnaerobe, em que são apresentadas três evidências experimentais dessa correlação. A primeira evidência foi obtida ainda no início dos anos 2000, em que o uso de um antibiótico com ação sobre algumas espécies de bactérias que vivem no trato intestinal levou à diminuição nos sintomas comportamentais do autismo durante o tratamento. A suspensão do uso de antibiótico refletiu na regressão das melhorias obtidas. Alguns anos depois, com o advento de técnicas de identificação que não dependem de cultivo bacteriano, foi observado que, de uma forma geral, há variações importantes nos gêneros de bactérias prevalentes na microbiota de crianças com autismo avançado em relação às demais crianças. Por fim, um gênero específico de bactérias foi identificado como potencialmente importante no desenvolvimento de autismo. Estes microrganismos estariam causando dano de tecido por produzir um metabólito tóxico ou ainda utilizar componentes da dieta que seriam essenciais para o desenvolvimento da criança.
Assim, em ultima instância, fatores genéticos (como perfil de susceptibilidade imunológica) e ambientais (como dieta e uso de antimicrobianos) podem contribuir para as causas do autismo regressivo através da influência na microbiota intestinal. Muito há que se evoluir ainda na compreensão da patogênese desse quadro, mas sem dúvida, quanto mais a ciência puder compreender as causas do autismo, mais eficientes serão também as estratégias de tratamento e prevenção desta doença.