Tudo indica que, apesar do preconceito de personagens como Leila (Fernanda Machado), a irmã de Linda, os dois vão mesmo superar as diferenças e viver um romance na trama de Walcyr Carrasco. Nos próximos capítulos da novela das 21h.
Você acha que Linda e Rafael de "Amor à Vida" podem ter um relacionamento amoroso?
A dúvida é comum, afinal, os autistas vivem em um mundo particular e têm enorme dificuldade de interagir, estabelecer laços afetivos, se comunicar. Linda, por exemplo, se expressa usando monossílabos e necessita constantemente da mãe para realizar atividades diárias. Por apresentar diversos níveis e pelo fato de o autismo ainda ser objeto de estudo de especialistas do mundo todo, a doença nem sempre é de fácil detecção.
Há pessoas que descobrem o transtorno com mais de 40 anos de idade, quando percebem algum grau mais severo em um filho, por exemplo. Em alguns casos, o autismo passa despercebido, pois, em níveis mais leves, suas características são confundidas com timidez ou introversão.
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Apaixonado
por Linda (Bruna Linzmeyer), Rafael (Rainer Cadete) visita a jovem, mas
é barrado por Neide(Sandra Corveloni). "Você não entra nessa casa",
avisa. Linda percebe a presença de Rafael e se enche de alegria ao
vê-lo. Mesmo com a felicidade estampada no rosto da filha, Neide manda a
jovem voltar para dentro de casa. Neide bate a porta na cara do
advogado, sob o protesto de Linda. "Deixa o Rafael entrar", pede a
menina. No ar em 7 de novembro Divulgação/TV Globo
Entenda o autismo
Para compreender por que um romance como o mostrado em "Amor à Vida" é viável, primeiro, é preciso entender melhor o que é o autismo.Trata-se de um transtorno mental do desenvolvimento humano que afeta a linguagem, a interação social e o comportamento, que tende a ser estereotipado e repetitivo.
"O autismo tem intensidades muito variáveis, que envolvem de sintomas leves, ligados à cognição social, aos mais intensos, associados com retardo mental.
Nos quadros mais graves, há a possibilidade da pessoa não desenvolver a capacidade para o aprendizado e a linguagem", explica o psiquiatra Gustavo Giovannetti.
Os sintomas costumam surgir antes dos três anos de idade, sendo possível fazer o diagnóstico aos 18 meses. Apatia, falta de apego (aos pais, por exemplo), atraso na fala e atitudes agressivas (inclusive contra si mesmo) são alguns dos sinais. O tratamento exige acompanhamento de um psiquiatra e medicamentos.
Devido ainda à variedade de sintomas e de intensidade que o paciente pode apresentar, cada pessoa autista age de um jeito, é única. Suas conquistas vão depender, além de suas potencialidades, do suporte familiar e ambiental e do tratamento recebido.
"O autismo dificulta o reconhecimento das emoções, justamente pela dificuldade de compreender os sinais da linguagem verbal e não verbal. Entretanto, uma pessoa com autismo não é incapaz de sentir e poderá experimentar emoções possíveis a todas as pessoas. Porém, essas emoções serão expressadas de diferentes formas, caso a caso", diz Gustavo.
Para a psiquiatra Letícia Calmon Drummond Amorim, da AMA (Associação de Amigos do Autista), de São Paulo, não há problema nenhum em pessoas com autismo se relacionarem afetivamente com pessoas sem psicopatologia.
"Isso acontece de maneira natural, como ocorre nas relações afetivas de qualquer um. E os portadores de quadros que não apresentam deficiência intelectual grave associada podem formar uma família e ter vida sexualmente ativa", afirma.
Fonte: http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2013/11/08/relacao-amorosa-com-um-autista-e-viavel-veja-opinioes-e-de-a-sua.htm