Que ele possa servir de apoio e ânimo a outros pais de crianças diferentes; de informação aos investigadores; de sensibilização à sociedade em geral porque, nunca se sabe se o filho que planeamos ter, que trazemos no ventre, ou que já temos nos braços poderá vir a ser aquela criança de quem nos afastamos na rua e a quem olhamos ora com repúdio, ora fingimos não ver.
A angústia que connosco convive diariamente desde há cerca de 10 anos não advém do facto de termos uma criança autista mas sim da forma como ela tem sido recebida pela Família, Sociedade e Estado e de pensarmos o que será dela quando os que a amam lhe faltarem – como será tratada, como se irá sentir, qual será o seu futuro?
Estamos conscientes de que existirão pais por esse país fora, em especial no interior, que lutam com dificuldades acrescidas.
Estamos igualmente conscientes da necessidade de unir esforços perante o autismo e cegueira da nossa sociedade e instituições públicas para com este fenómeno crescente e real.
Devemos aos nossos filhos diferentes a luta pelos seus direitos, não só por serem nossos filhos mas porque são cidadãos com quem todos temos muito a aprender.
Estamos certos de que a inocência e a pureza que caracteriza estes indivíduos traduzir-se-ão numa mais valia para a sociedade recompensando-a de todos os esforços que venham a ser empregues na sua evolução e inserção social. Dificilmente ou jamais, se tornarão autores de actos criminosos.
Porque o objectivo não é acusar ou cobrar mágoas mas sim divulgar, sensibilizar e levar uma mensagem de ânimo a todos os pais quantos decerto se sentirão retratados nalguns parágrafos, a identificação de terceiros - pessoas e instituições - envolvidos directa e/ou indirectamente, foi deliberadamente omissa.
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Renata e Alexandre