O autismo é uma desordem
ainda pouco compreendida. Geralmente o diagnóstico é feito com base em
características como dificuldades de interação social, prejuízos na
comunicação e padrões restritos e repetitivos de comportamentos e
interesses. É uma doença diferente do retardo mental ou da lesão
cerebral, sendo mais freqüente em meninos. Suas causas não são
conhecidas porém existe a hipótese de que proteínas como o glúten e a
caseína estão envolvidas no desenvolvimento e progressão da doença.
Muitos livros e sites da
internet, especialmente nos EUA recomendam que indivíduos autistas
eliminem estas substâncias de suas dietas. A proteína glúten está
presente em alimentos feitos com aveia, centeio, cevada e trigo. Assim
bolos, tortas, biscoitos, massas e pizzas quando feitos com estas
matérias primas devem ser eliminados da dieta. A caseína é a proteína do
leite dos mamíferos. Uma dieta livre de caseína deverá excluir o leite e
todos os seus derivados como queijo e iogurte.
Com esta dieta, pais,
médicos e nutricionistas relatam melhoras significativas nos sintomas
dos indivíduos autistas. Porém será que a dieta realmente ajuda?
O que se sabe até agora:
- O glúten e a caseína contém proteínas que ao serem digeridas tranformam-se em compostos opiáceos com poder de gerar uma certa dependência. Estes compostos são as gluteomorfinas e caseomorfinas.
- Alguns indivíduos autistas (20%) apresentam sintomas gastrintestinais como diarréias frequentes. O intestino destes indivíduos também costuma ser mais permeável causando uma absorção dos compostos opiáceos. Quando os indivíduos apresentam esta absorção exagerada a quantidade de compostos opiáceos na urina é bastante aumentada.
- Tais compostos atingem o cérebro causando estados mentais compatíveis com intoxicação por drogas opiácias, como a morfina, a codeína e a heroína. Estudos mostram que camundongos que receberam doses elevadas de caseomorfinas tiveram áreas do cérebro alteradas. Porém não tenho conhecimento de nenhum estudo que comprove que caseomorfinas e gluteomorfinas possam causar sintomas do autismo em seres humanos.
- Mesmo assim, alguns estudos mostram que quando a caseína e o glúten são removidos da dieta os indivíduos não mais sentem os efeitos dos compostos opiáceos e seu comportamento melhora significativamente. Outros estudos não mostram nenhuma relação entre dieta e autismo.
- Pesquisas controladas estão sendo realizadas no momento e devem estar disponíveis até o próximo ano.
Testando a dieta:
O instituto de pesquisa sobre autismo,
estabeleceu um tratamento que inclui a dieta livre em glúten e caseína
ara indivíduos autistas. De acordo com o instituto todo indivíduo
autista deve testar a mesma por pelo menos três meses. Porém consulte um
nutricionista pois a retirada de alguns alimentos deve ser feita em
substituição a outras para que a criança não desenvolva nenhuma
deficiência nutricional. Geralmente o processo se inicia com a remoção
de um alimento por vez para que se saiba qual estava causando mais
problemas. Por exemplo, como primeiro passo o leite de vaca pode ser
substituído por leite de soja ou suco fortificado com cálcio. Um mês
após a eliminação do leite e de seus derivados inicia-se a eliminação do
glúten. A dieta exige bastante paciência e colaboração de familiares e
professores já que todos os ingredientes de alimentos industrializados
devem ser lidos afim de detectar a possível adição de caseinatos,
lactose, aveia, trigo, farinha de trigo, farelo de trigo etc. Nossa
legislação ainda obriga as indústrias a incluir nos rótulos as frases:
“contém glúten” ou “não contém glúten”.
Procure por lojas que vendam alimentos livres de glúten e caseína e também por receitas para que a dieta não fique muito monótona. Para receitas sem glúten: http://www.acelbra-rs.org.br/receitas.asp
Alimentos permitidos incluem arroz, quinoa, batatas, farinha de milho, soja, frutas, vegetais, feijão, tapioca, carnes, peixes e ovos.
Procure por lojas que vendam alimentos livres de glúten e caseína e também por receitas para que a dieta não fique muito monótona. Para receitas sem glúten: http://www.acelbra-rs.org.br/receitas.asp
Alimentos permitidos incluem arroz, quinoa, batatas, farinha de milho, soja, frutas, vegetais, feijão, tapioca, carnes, peixes e ovos.
Resolvendo dois problemas comuns:
- “Leite
e pão são os alimentos que meu filho mais aceita. O que fazer? Se eu
retirá-los ele pode emagrecer.” Caso seu filho seja uma das crianças
que apresenta grande absorção de compostos provenientes do glúten e da
caseína é importante que se teste a dieta. Após um primeiro período de
insatisfação seu filho se tornará mais confortável com outros alimentos.
Faça pães, bolos e outros alimentos que não levem leite e trigo. Lista
de alimentos sem glúten: http://www.acelbra.org.br/2004/alimentos.php
Você também pode ligar
para o serviço de atendimento ao cliente das empresas alimentícias e
solicitar uma lista dos alimentos sem glúten fabricados por eles.
- “Como
eliminar o leite?” O leite de vaca é um alimento que tem uma composição
adequada para o bezerro mas não para seres humanos. Seu principal ponto
forte é seu conteúdo alto em cálcio. Porém o mesmo pode ser
adequadamente adquirido com uma ingestão apropriada de vegetais
verde-escuros e castanhas. Várias marcas de leite de soja também contém
fortificação com cálcio. Caso seu nutricionista ainda considere sua
ingestão insuficiente poderá prescrever um suplemento. Leia sempre os
rótulos pois o leite está presente em vários alimentos industrializados,
procure pelas palavras leite, leite em pó, caseína e lactose.
Abaixo o livro de Claudia Marcelino
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Todo comentário é bem vindo! minha intenção é passar toda minha experiência e trajetória vividas com nosso filho autista! Qualquer dúvida estamos a disposição para poder ajudar!
Renata e Alexandre