Medicamentos para tratar a condição na gestação podem prevenir o atraso de desenvolvimento da criança
Uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriu que mães quem têm febre durante a gravidez podem ter duas vezes mais chances de ter um filho com autismo
ou atraso de desenvolvimento. Os pesquisadores alertam que mulheres
grávidas que apresentarem febre precisam procurar um médico e tomar a
medicação adequada.
Os resultados são baseados em dados de um grande estudo conhecido como Childhood Autism Risk from Genetics and the Environment
(CHARGE), que inclui mais de mil crianças entre dois e cinco anos e
suas respectivas mães. O estudo mostrou que a febre de qualquer causa
durante a gravidez foi mais provável de ser relatada por mães de
crianças com autismo (chance 2,12 vezes maior) ou atraso de
desenvolvimento (2,5 vezes maior probabilidade), em comparação com mães
de crianças que estavam se desenvolvendo normalmente.
Os pesquisadores sugerem que o
uso de medicação para tratar a febre durante a gestação pode ajudar a
prevenir o aparecimento de autismo na criança. Segundo eles, quando as
pessoas são infectadas por bactérias ou vírus, o corpo geralmente reage
com a febre, que é uma resposta de cura que envolve a libertação de
moléculas chamadas citocinas pró-inflamatórias, que vão para a corrente
sanguínea. Algumas citocinas são capazes de atravessar a placenta e,
portanto, atingir o sistema nervoso central do feto, potencialmente
alterando o desenvolvimento do cérebro. Eles também lembram que a febre
crônica é mais comum em mães com anormalidades metabólicas, como
diabetes e obesidade. No entanto, mais investigação é necessária para
identificar os caminhos por meio dos quais a inflamação pode alterar o
desenvolvimento cerebral.
Combata inimigos que podem aumentar chances de autismo
Outros estudos também apontam a
relação entre problemas na gestação e autismo. Outro estudo desenvolvido
na Universidade da Califórnia (EUA), por exemplo, apontou que mulheres
que apresentam obesidade, diabetes ou pressão alta durante a gravidez
podem ser mais propensas a ter filhos com autismo. A pesquisa incluiu
1.004 crianças com idades entre dois e cinco anos e suas respectivas
mães.
Durante a gravidez, o sistema imunológico da mulher é responsável por
manter sua saúde e ainda garantir que o bebê tenha o desenvolvimento
adequado. Por isso, ao longo dos nove meses, o pré-natal e outros
cuidados especiais precisam ser seguidos à risca para evitar uma série
de inconvenientes. Para passar longe dos perigos, veja as dicas da
coordenadora do setor de Ultrassonografia Viviane Lopes, do Laboratório
Femme.
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Renata e Alexandre