terça-feira, 1 de outubro de 2013

Suplemento alimentar pode tratar tipo raro de autismo







Um simples suplemento nutricional pode ser a resposta para um tipo de autismo raro que está associado à epilepsia. A descoberta é de um grupo de investigadores norte-americanos e foi divulgada num estudo publicado, este mês, na revista Science, avança o portal Boas Notícias.

Investigadores das universidades da Califórnia e de Yale foram capazes de isolar uma mutação genética, existente em alguns pacientes autistas epilépticos, que acelera o metabolismo de certos aminoácidos, o que gera uma carência.

Segundo os investigadores, esta descoberta pode ajudar os médicos a diagnosticar este tipo de autismo mais rapidamente, o que permitiria também começar um tratamento mais cedo.

Estima-se que cerca de 25% das pessoas com autismo sejam também epilépticas, por isso, para esta pesquisa, os investigadores contaram com a participação de duas famílias com crianças que sofrem deste tipo de autismo.

Com este estudo foi possível perceber que estas crianças apresentam uma mutação no gene que produz e regula um tipo de aminoácidos, BCAA, que acelera o metabolismo e que provoca uma carência apenas suprimida pela ingestão de suplementos.

Para além desta descoberta, os investigadores também observaram que as células estaminais neuronais dos doentes apresentavam um comportamento normal na presença dos aminoácidos, o que reforça a ideia de que os suplementos poderiam ser uma resposta adequada para o tratamento desta carência.

Para testar a teoria, foram conduzidos testes clínicos com ratos de laboratório geneticamente modificados e que revelavam sintomas de autismo, incluindo ataques de epilepsia. Os ratos foram tratados com suplementos alimentares e a sua condição melhorou.

Os suplementos alimentares já estão a ser testado em pacientes humanos, mas ainda não existem dados suficientes para perceber se o tratamento melhorou os sintomas do autismo.

Com esta descoberta, o diagnóstico deste tipo de autismo pode vir a ser feito de forma mais rápida. A descoberta pode ainda servir de base para encontrar outras mutações associadas à epilepsia ou ao autismo.
Clique aqui para aceder ao resumo do estudo. 

Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/medicamentos/12-09-12/suplemento-alimentar-pode-tratar-tipo-raro-de-autismo

domingo, 22 de setembro de 2013

Universo Autismo



Nova terapia chamada Spectacular Bond criada por uma psicologista especializada em desenvolvimento e uma neuropediatra do Centro de Psiquiatria da Universidade de Columbia, que parece ter trazido um resultado muito bom para muitas criancas e que 'e feita pelos pais em casa atraves de leitura. Aqui vai o link ao site com videos e abaixo no comentario vou colocar o link ao livro recem lancado com as instrucoes da terapia.

Todo comentário é bem vindo! minha intenção é passar toda minha experiência e trajetória vividas com nosso filho autista! Qualquer dúvida estamos a disposição para poder ajudar!Renata e Alexandre

sábado, 21 de setembro de 2013

Técnica da antecipação para diminuir ansiedade de crianças autistas


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Crianças com autismo possuem um modo particular de processar informações: diante de um fato novo, elas buscam em sua mente alguma imagem correspondente a ele. Se já tiverem se deparado em este fato anteriormente, ao menos uma imagem será encontrada, e elas ficarão tranquilas porque sabem que estão diante de algo pelo qual já passaram antes.
Caso a situação seja nova, entretanto, não encontrarão nenhuma imagem em suas mentes, e por ficarão ansiosas e incomodadas. Uma forma de evitar que o desconforto surja é oferecer-lhes imagens daquilo que elas ainda não conhecem para seu repertório mental. Trata-se de uma forma de antecipar a novidade, para que quando ela ocorra de fato a criança já esteja familiarizada e preparada para lidar com ela.
O recurso da antecipação pode ser usado quando a criança passará por alguma mudança de ambiente, seja por motivo de viagem, visita a parentes e amigos, ou mesmo troca de residência ou de escola.
Mostrar a ela uma fotografia do local, explicando com detalhes o que acontecerá lá – se chegará de carro ou a pé, se tocará a campainha, quem irá atender, o que fará ao entrar no local, as pessoas que deverá encontrar – é também uma forma de explicar-lhe qual é o comportamento esperado dela.
A estratégia pode ser bastante útil na escola, sobretudo naquelas onde as crianças tendem a fazer cada atividade em uma sala diferente, o que pode confundir e perturbar a criança com autismo. Para facilitar e otimizar seu tempo, o professor pode utilizar sinais e senhas em vez de descrever detalhadamente uma imagem. Um exemplo dessa tática é habituar-se a mostrar à criança um cartão com a cor da sala – ou da porta, de uma cortina –  onde será desenvolvida a atividade a seguir, por exemplo, antes de levá-la ao local.
Ações rotineiras, mas que não fazem parte do dia-a-dia da criança, como cortar os cabelos em um salão, também podem ser mais tranquilas quando se usa a antecipação. A criança pode ficar incomodada com o ruído do salão ou mesmo com a sensação dos cabelos caindo ao seu redor. Mostrar a ela fotografias de cabelos, tesouras, ou, de preferência, do próprio salão, durante alguns dias antes, ajudará a lembrá-la que o único objetivo daquela visita é ganhar um novo corte de cabelos, o que diminuirá sua ansiedade em relação ao que acontece ao seu redor.
 Fonte: Desafiando el autismo.

Quase metade de crianças autistas que não falaram até os cinco anos poderão falar com fluência mais tarde


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O fato de uma criança autista não falar entre os quatro ou cinco anos não significa que ela nunca irá falar, como receiam alguns pais. Estudo publicado na revista Pediatrics verificou que 70% de crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos que não falavam aos quatro anos desenvolviam-se a ponto de utilizar frases simples, enquanto quase metade adquiria com o decorrer dos anos um linguajar fluente e adequado.
O estudo analisou mais de 500 crianças com autismo, e não encontrou relações entre a possibilidade da criança desenvolver a linguagem mais tarde e suas condições demográficas, como a região em que nasceu, e condições psiquiátricas, como o grau do autismo, crises de ansiedade ou agressividade, por exemplo. Isso quer dizer que a princípio qualquer criança pode desenvolver a fala, mesmo que já tenha passado dos cinco anos.
A pesquisa destaca ainda não ter encontrado indícios de que interesses restritos (crianças que comem somente determinados alimentos, por exemplo, ou gostam apenas de uma cor, estilo de roupa ou brinquedo), assim como as condutas repetitivas que muitos autistas apresentam (girar constantemente objetos, por exemplo) e os aspectos sensoriais (como extrema sensibilidade/aversão ao toque) interfiram significativamente no desenvolvimento da linguagem.

 fonte: http://meunomenai.com/2013/07/20/quase-metade-de-criancas-autistas-que-nao-falaram-ate-os-cinco-anos-poderao-falar-com-fluencia-mais-tarde/

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

LOAS BENEFÍCIO

Benefício ao deficiente pode ser pago a mais de um membro da mesma família

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Conhecido como Loas, o Amparo Assistencial ao Idoso ou Deficiente, é concedido pelo Governo Federal e pode ser solicitado nas agências da Previdência Social. O valor é de um salário mínimo. O que muita gente não sabe, entretanto, é que famílias com mais de um membro deficiente podem solicitar o benefício para cada um deles.
O amparo assistencial é pago a crianças de zero a doze anos de idade e a adolescentes entre doze e dezoito anos, portadores de deficiência incapacitante para a vida independente, que vivam sob os cuidados dos pais, familiares ou de instituições públicas e privadas.
Para ter direito ao auxílio financeiro do Governo Federal, é preciso comprovar carência econômica, ou seja, renda familiar que não ultrapasse um quarto do valor do salário mínimo na ocasião do requerimento. A renda familiar é calculada de acordo com o número de pessoas que vivem sob o mesmo teto.
Para comprovar que a criança ou adolescente têm deficiência incapacitante, é preciso apresentar parecer do Serviço Social e da Perícia Médica que comprovem. No caso de mais de um membro da mesma família, os laudos e pareceres devem ser separados: um para cada membro com deficiência.
Veja mais instruções sobre como solicitar o Amparo Assistencial em http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=665

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Programa de comunicação alternativa para mães de autistas

Programa de comunicação alternativa para mães de autistas: adolescentes mais calmos e participativos

1 Set


O Programa de Comunicação Alternativa e Ampliada chamado ProCAAF foi analisado por duas pesquisadoras interessadas em descobrir os efeitos de programas dessa natureza no comportamento comunicativo de familiares com seus filhos autistas.

Cátia Walter e Maria Amélia Almeida, autoras da pesquisa “Avaliação de um programa de comunicação alternativa e ampliada para mães de adolescentes com autismo”, constataram mudanças no comportamento dos filhos, que se tornaram mais tranquilos e participativos. Além disso, em relação ao número de figuras utilizadas pelos filhos para comunicar algo necessário, desejado, ou mesmo para informar algo relativamente semelhante, houve avanço quanto à linguagem expressiva de pessoas com autismo, não-verbais ou sem fala funcional.

O estudo vai de encontro à constatação de estudiosos de que a adolescência de autistas exige mais cuidados da família, pois há uma tendência em aumentar os problemas de conduta. “Esse dado pode revelar a dificuldade que os pais de pessoas com autismo enfrentam mediante a falta de conhecimento de novas técnicas e tratamento que poderiam amenizar muitos dos problemas de comportamento e comunicação de adolescentes autistas”.

As pesquisadoras ressaltam que, antes da participação na pesquisa, as mães não faziam uso de nenhuma forma alternativa de comunicação em suas residências, mesmo não compreendendo seus filhos em muitos momentos descritos por elas. “Após receberem a capacitação necessária e o uso sistemático e orientado, passaram a utilizar a Comunicação Alternativa Ampliada com seus filhos, de forma independente e eficaz”.



Texto escrito por Silvana Schultze, do blog www.meunomenai.com

Para conhecer a pesquisa completa, acesse o link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382010000300008&lng=pt&nrm=iso

domingo, 4 de agosto de 2013

Artista Autista

Garota autista de três anos pinta quadros valiosos

por Suzanne Tanoue
Ela mal fala, fica irritada quando está perto de outras crianças e a imprevisibilidade do mundo a enche de medo e pânico. Mas a arte a acalmou, como se fosse uma terapia. Essa é Iris Halmshaw, que tem só três anos e foi diagnosticada com autismo em 2011, quando tinha apenas um ano de vida.
Desde então, seus pais têm feito esforços para amenizar os distúrbios da garotinha – a casa da família, localizada em Leicestershire, na Inglaterra se transformou num playground e no estúdio de Iris, que descobriu a arte quase por acidente.
Numa das tentativas para entreter a criança, sua mãe, Arabella, desenhou aqueles “homens-palito” e Iris achou graça. A avó comprou um cavalete e tintas. Iris desenhou uma linha na tela, a tinta começou a escorrer  pela página e ela começou a chorar. Arabella descobriu que o problema não era a pintura, mas o fato de que a menina não conseguia controlar a tinta. A mãe posicionou a folha de papel na mesa em vez do cavalete e imediatamente Iris encheu toda a página, quase que intuitivamente.
Iris pinta com a concentração de um pintor “profissional”. Ela pinta um pouco, dá um passo para trás e analisa seu trabalho, planejando o próximo traço. E pinta com diversas ferramentas, como esponjas, pincéis e e  até mesmo um garfo.
Um colecionador recentemente comprou dois de seus trabalhos por £1.500 cada. Os planos são de fazer uma exposição de seus quadros até novembro desse ano.
iris-painting-in-the-wildflower-garden

sábado, 6 de julho de 2013

Microbiologia e Autismo Regressivo

 
Desulfovibrio desulfuricans, microrganismo possivelmente envolvido na patogênese de autismo.Desulfovibrio desulfuricans, microrganismo possivelmente envolvido na patogênese de autismo.
Por Raquel Regina Bonelli 












O autismo regressivo é caracterizado pelo início tardio, em que a criança se desenvolve normalmente até cerca de 18 meses e depois começa a evoluir para um comportamento típico de autista com sintomas como diminuição da capacidade de linguagem e de socialização. Estima-se que cerca de um terço dos autismos diagnosticados nos dias de hoje sejam desse tipo.
Ainda que esse seja um quadro eminentemente neurológico, pesquisas recentes apontam indícios de que a microbiota intestinal pode estar relacionada com o desenvolvimento de autismo regressivo. É o que autores americanos defendem em um artigo recentemente publicado na revistaAnaerobe, em que são apresentadas três evidências experimentais dessa correlação. A primeira evidência foi obtida ainda no início dos anos 2000, em que o uso de um antibiótico com ação sobre algumas espécies de bactérias que vivem no trato intestinal levou à diminuição nos sintomas comportamentais do autismo durante o tratamento. A suspensão do uso de antibiótico refletiu na regressão das melhorias obtidas. Alguns anos depois, com o advento de técnicas de identificação que não dependem de cultivo bacteriano, foi observado que, de uma forma geral, há variações importantes nos gêneros de bactérias prevalentes na microbiota de crianças com autismo avançado em relação às demais crianças. Por fim, um gênero específico de bactérias foi identificado como potencialmente importante no desenvolvimento de autismo. Estes microrganismos estariam causando dano de tecido por produzir um metabólito tóxico ou ainda utilizar componentes da dieta que seriam essenciais para o desenvolvimento da criança.
Assim, em ultima instância, fatores genéticos (como perfil de susceptibilidade imunológica) e ambientais (como dieta e uso de antimicrobianos) podem contribuir para as causas do autismo regressivo através da influência na microbiota intestinal. Muito há que se evoluir ainda na compreensão da patogênese desse quadro, mas sem dúvida, quanto mais a ciência puder compreender as causas do autismo, mais eficientes serão também as estratégias de tratamento e prevenção desta doença.  

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Uma virada histórica contra o autismo


Por Mônica Tarantino 

(fonte: ISTOÉ Independente) 


Pela primeira vez na história, um grupo de cientistas conseguiu recriar, em laboratório, células nervosas do cérebro de crianças autistas. Antes desse feito, só era possível estudar neurônios de crianças autistas a partir de amostras tiradas de cérebros já sem vida. “Enfim obtivemos células vivas com as mesmas características genéticas daquelas encontradas no cérebro de crianças autistas”, diz o geneticista brasileiro Alysson Muotri, 38 anos, que liderou o trabalho pioneiro e dirige um laboratório de pesquisa que leva seu nome na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

ESPERANÇA
Ivan, 7 anos, doou amostras de células para o projeto que estuda as origens do autismo.
Sua mãe, a modelo Andrea, acredita que em breve surgirão novas terapias contra a doença
Foto: Pedro Dias
O novo modelo de estudo está permitindo descobertas importantes para esclarecer a origem da doença neurológica que acomete, com forma e intensidade variada, uma em cada 88 crianças, de acordo com estatísticas recentes do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, o CDC. “Agora podemos acompanhar sua evolução desde o início”, diz Muotri.

Os cientistas já conseguiram ver, por exemplo, que os  neurônios das crianças autistas são menores e têm menos dendritos (extremidades que atuam na troca de estímulos entre células nervosas e com o meio em que estão inseridas) desde a sua formação. Na tentativa de corrigir a forma e o funcionamento desses neurônios diferenciados, foram testados medicamentos. O estudo que narra essas conquistas científicas foi publicado pela revista científica Cell.


Agora, remédios estão sendo testados com o intuito regularizar a forma e as funções desses neurônios alterados. Um deles foi o IGF-1, um hormônio semelhante à insulina e que é ministrado a pessoas com problemas de crescimento. No laboratório de Muotri, o IGF-1 reverteu a condição autista dos neurônios, igualando-os aos neurônios de crianças não autistas.
A etapa seguinte foi avaliar o efeito desse medicamento em pacientes de autismo. Na Itália e nos Estados Unidos, estão em andamento estudos para avaliar os efeitos do IGF-1 em pacientes com Síndrome de Rett. Os portadores dessa síndrome, que acomete 1% dos autistas, podem perder a coordenação motora, sofrer de rigidez muscular e morrer ainda na juventude.  Espera-se que o remédio possa ter efeito também sobre outros tipos de autismo. 
A segunda e mais recente descoberta feita por Muotri e seus colaboradores foi um novo gene diretamente associado às alterações na forma e funcionamento dos neurônios de autistas com a Síndrome de Rett. O achado foi feito a partir do sequenciamento do DNA das células de um menino brasileiro. Este estudo, ainda inédito, está sob análise para publicação em revista científica. 
Em laboratório, foi testada uma nova molécula, a hyperforina, que se mostrou capaz de corrigir o funcionamento dos neurônios vivos recriados com características autistas. 
O resultado foi animador a ponto de a equipe ministrar a substância à criança que doou o dente de leite do qual foram derivados os neurônios estudados. “Foi um passo importante para uma futura medicina personalizada”, avalia Muotri.
Com o uso da medicação, os pesquisadores observaram na criança uma melhora da capacidade de manter a atenção. Porém acreditam que ainda muito cedo para relacionar a mudança aos medicamentos porque a terapia foi interrompida por questões familiares.
Em outra frente de pesquisa, a geneticista Maria Rita Passos-Bueno, do Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH) da USP, também parceira de Muotri, está seqüenciando o DNA dos neurônios cultivados em laboratório de crianças autistas. Ela descobriu que falta ou sobra um pedaço de DNA a uma população que pode ser de até 10% dos autistas.
O teste que detecta essa variação, conhecido pela sigla aCGH, está em vias de ser lançado comercialmente pelo Centro de Estudos do Genoma Humano, da USP. “Ele oferece 15% de acerto na identificação do autismo. Os outros testes existentes chegam a 10%”, explica a  cientista Maria Rita. 
Esse conjunto de achados científicos está revigorando as esperanças dos pais de autistas. “Ter no que acreditar torna a vida mais leve”, diz a modelo Andrea Coimbra, 43 anos, mãe de Ivan, 7 anos, que participou do projeto Fada do Dente. Ela sempre evitou dar remédios para acalmar o filho, às vezes bastante agitado, porque aguarda o resultado das pesquisas. “Espero um medicamento que seja específico para sua forma de autismo e mutações genéticas. Acho que esse dia não está longe”, diz Andrea.
Células copiadas 
O primeiro passo para a criação desse novo modelo de pesquisa – com neurônios vivos derivados de pacientes com doenças neurológicas -- teve início com a coleta de amostras da polpa do dente de crianças com autismo. 
Para obter o maior número possível, o geneticista Alysson Muotri e seus colaboradores criaram o projeto Fada do Dente, que estimula os familiares de autistas no Brasil e nos Estados Unidos a enviarem pelo correio os dentes de leite dos filhos.
Em seguida, algumas dessas amostras foram submetidas à técnicas de reprogramação celular, inventadas por cientistas japoneses, para fazê-las regredir até um estágio similar ao de uma célula-tronco embrionária, que pode se tornar qualquer tecido do corpo 

“Para promover essa transformação, recorremos a quatro genes presentes em células-tronco embrionárias, aquelas que podem evoluir e se diferenciar em qualquer tipo de tecido do corpo”, explica a geneticista Patrícia Braga, do Laboratório de Células-Tronco da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP) e parceira de Muotri em seus estudos. A geneticista atualmente trabalha na comparação das informações genéticas fornecidas pela análise do DNA de dez crianças autistas.

A geneticista Patrícia está trabalhando na interpretação das informações geradas pelo seqüenciamento genético dos neurônios recriados em laboratório de dez crianças autistas. O objetivo é agrupar os pacientes com mutações semelhantes em busca de um denominador comum entre os vários tipos de autismo. “Começamos a ver que existem variações comuns que compõem uma base molecular da doença”, diz ela.
BASE MOLECULAR
A geneticista Patrícia Braga, da USP, está analisando o código genético de neurônios recriados
em laboratório de dez crianças autistas. Ela procura um denominador comum entre os vários tipos da doença
Foto: João Castellano
Os genes selecionados são conduzidos até o núcleo das células-tronco da polpa do dente de leite por um vírus modificado em laboratório e que tem a capacidade de infectar o núcleo da célula, exatamente onde fica guardado o código genético (o DNA). Ali chegando, o vírus despeja sua carga – os genes que vão modificar o DNA e, desse modo, alterar o funcionamento dessa célula.
Três semanas após terem sido infectadas, as células-tronco da polpa do dente se tornam células-tronco pluripotentes ou embrionárias induzidas (iPS). O passo seguinte é converter essas células em neurônios. Para que isso aconteça, elas são colocadas em um meio líquido contendo as moléculas necessárias para sua estimular a mudança.
Ao evoluir para neurônios, as células carregam a predisposição ao autismo. Isso permite observar a evolução da doença desde estágios precoces e a avaliação do efeito de medicamentos.
Multinacionais farmacêuticas especulam a possibilidade de usar o novo modelo para testar novos medicamentos para doenças neurológicas e psiquiátricas.  

sábado, 8 de junho de 2013

Vacina controla sintomas do autismo



Redação do Diário da Saúde

http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=vacina-controla-sintomas-autismo&id=8894&nl=sit



Cientistas canadenses desenvolveram uma vacina que desenvolve defesas contra bactérias intestinais comuns em crianças autistas, podendo ajudar a controlar alguns dos sintomas do autismo.



O Dr. Mario Monteiro e seus colegas da Universidade de Guelph desenvolveram a vacina à base de carboidratos, para atuar contra a bactéria Clostridium bolteae.

A C. bolteae, que produz distúrbios gastrointestinais, é muito mais prevalente no trato gastrointestinal de crianças autistas do que de crianças saudáveis.

Mais de 90% das crianças com transtornos do espectro do autismo sofrem de sintomas gastrointestinais crônicos graves - destes, cerca de 75% sofrem de diarreia.

"Pouco se sabe sobre os fatores que predispõem as crianças autistas à C. bolteae," disse Monteiro, acrescentando que, embora a maioria das infecções sejam tratadas adequadamente por alguns antibióticos, a vacina é um avanço em relação ao tratamento atual.

"Esta é a primeira vacina desenvolvida para controlar a constipação e diarreia causada por C. bolteae, e talvez controle os sintomas relacionados ao autismo associados a este micróbio", disse ele.

Aumento do autismo

Os casos de autismo aumentaram quase seis vezes ao longo dos últimos 20 anos, e os cientistas não sabem o porquê.

Muitos cientistas apontam para fatores ambientais, como antidepressivos presentes na água potável, mas outros estão dando especial atenção às bactérias no trato gastrointestinal, embora ainda não tenha sido estabelecido nenhuma relação causal entre as bactérias e o autismo


Bactérias do intestino influenciam química cerebral e comportamento

A vacina está em estágio inicial de desenvolvimento, tendo sido testada em coelhos.

Segundo o pesquisador, pode demorar mais de 10 anos para cumprir todos os ensaios pré-clínicos e humanos antes que a droga esteja pronto para o mercado.